Prevalência da nomofobia entre acadêmicos de Enfermagem

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34019/1982-8047.2023.v49.42112

Palavras-chave:

Dependência de Tecnologia, Estudantes, Universidades

Resumo

Introdução: A nomofobia refere-se à condição psicológica do temor de permanecer sem o celular ou ser incapaz de utilizá-lo, em consequência da falta de Internet ou ausência da carga de bateria. Além disso, a nomofobia pode ser entendida como o medo ou ansiedade de permanecer desconectado. Objetivo: Verificar a prevalência da nomofobia entre acadêmicos de Enfermagem de uma instituição privada de ensino superior do Distrito Federal. Material e Métodos: Tratou-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva, transversal, por meio da aplicação de dois questionários: um sociodemográfico e acadêmico; e o Nomophobia Questionnaire (NMP-Q-BR) validado no Brasil. Os critérios de inclusão dos sujeitos da pesquisa foram: acadêmicos de Enfermagem com idade igual ou superior a 18 anos, matriculados regularmente no curso, que assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido e responderam ao questionário em sua totalidade. Resultados: A coleta de dados ocorreu entre os meses de março e abril de 2023 e contou com a participação de 271 estudantes, os quais eram, em sua maioria, do sexo feminino (82,3%), entre 18 e 24 anos (81,5%), autodeclarados brancos (58,3%), solteiros (86,7%) e católicos (41,0%). A pesquisa revelou que os estudantes apresentaram um nível moderado de nomofobia (85,31 pontos). Além disso, estudantes do quarto ano do curso apresentam pontuação acima da média (89,78 pontos em relação aos outros estudantes do curso. Conclusão: Percebeu-se que pode existir uma correlação entre os níveis mais elevados de nomofobia, as próprias características da Geração Z e o advento da pandemia de Covid-19. Faz-se necessária a criação de espaços de escuta e acolhimento nas universidades a fim de minimizar os prejuízos que a nomofobia pode causar entre os universitários, como aumento da ansiedade, depressão, baixa autoestima, dependência emocional e insegurança. Essa situação compromete tanto a vida social, quanto a familiar e a acadêmica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Roberto Nascimento de Albuquerque, Centro Universitário de Brasília (CEUB)

Enfermeiro. Mestre e Doutor em Enfermagem pela Universidade de Brasília (UnB). Professor Titular do Curso de Enfermagem do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Brasília, Brasil.

Tayssa Araújo de França, Centro Universitário de Brasília (CEUB)

Acadêmica de Enfermagem do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Distrito Federal, Brasil.

Heloísa Durães Camargo, Centro Universitário de Brasília (CEUB)

Acadêmica de Enfermagem do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Brasília, Distrito Federal.

Referências

Teixeira I, Silva PC, Sousa SL, Silva VC. Nomofobia: os impactos psíquicos do uso abusivo das tecnologias digitais em jovens universitários. Revista Observatório. 2019; 5(5):1-32. doi: 10.20873/uft.2447-4266.2019v5n5p209

Pinheiro AP, Pinheiro F. O uso do celular em tempos de pandemia: uma análise da nomofobia entre os jovens. ReTER. 2021; 2(3):1-15.

Ahmed S, Pokhrel N, Roy S, Samuel AJ. Impact of nomophobia: a nondrug addiction among students of physiotherapy course using an online crosssectional survey. Indian J Psychiatry. 2019; 61(1):77-80.

Figueiredo IGA, Xavier ALB, Neres EAF, Lavôr ALM. Influência das tecnologias digitais na adolescência: uma revisão integrativa. Revista Educação, Psicologia e Interfaces. 2018; 2(1):135-51. doi: 10.37444/issn-2594-5343.v2i1.109

Kubrusly M, Silva PGB, Vasconcelos GV, Leite EDLG, Santos PA, Rocha HAL. Nomofobia entre discentes de medicina e sua associação com depressão, ansiedade, estresse e rendimento acadêmico. RBEM – Revista Brasileira de Educação Médica. 2021; 45(3):e162. doi: 10.1590/1981-5271v45.3-20200493

Yildirim C, Correia AP. Exploring the dimensions of nomophobia: development and validation of a self-reported questionnaire. Computers in Human Behavior. 2015; 43(1):130-7. doi: 10.1016/j.chb.2015.02.059

Costi S, Desimon I. Smartphone che passione... o che malattia? La nomofobia [Internet]. State of Mind ; 2016 [citado em 2023 set. 2023]. Disponível em: https://www.stateofmind.it/2016/01/nomofobia-dipendenza-smartphone/

Esper MV, Araújo JS, Santos MA, Nascimento LC. Enfermagem como mediadora entre nomofobia e isolamento social em resposta à COVID-19. RGE – Revista Gaúcha de Enfermagem. 2021; 42(esp):1-7. doi: 10.1590/1983-1447.2021.2020-0292

Ivanova A, Gorbaniuk O, Agata B, Przepiórka A, Mraka N, Polishchuk V et al. Mobile phone addiction, phubbing, and depression among men and women: a moderated mediation analysis. Psychatr Q. 2020; 91(3):655-68. doi: 10.1007/s11126-020-09723-8.

Shoukat S. Cell phone addiction and psychological and physiological health

in adolescentes. EXCLI Journal. 2019; 18(1):47-50.

Chethana K, Nelliyanil M, Anil M. Prevalence of nomophobia and its association with loneliness, self happiness and self esteem among undergraduate medical students of a medical college in Coastal Karnataka. Indian J Public Health Res Dev. 2020; 11(3):523-9. doi: 10.37506/ijphrd.v11i3.1215

Gonzalez-Cabrera J, Leon-Mejia A, Perez-Sancho C, Calvete E. Adaptation of the Nomophobia Questionnaire (NMP-Q) to Spanish in a sample of adolescents. Actas Esp Psiquiatr. 2017; 45(4):137-44.

Adawi M, Bragazzi NL, Argumosa-Villar L, Grau JB, Vigil-Colet A, Yildirim C, et al. Translation and validation of the nomophobia questionnaire in the Italian language: exploratory factor analysis. JMIR Mhealth Uhealth. 2018; 6(1):e24.

Rocha HAL, Santos PA, Vasconcelos GV, Leite EDLG, Kubrusly M. Adaptação transcultural e validação do Nomophobia Questionnaire (NMP-Q) para a língua portuguesa (NMP-Q-BR). J. Health Biol Sci. 2020; 8(1):1-6.

Ministério da Saúde (BR). Conselho Nacional de Saúde. Resolução n° 466, de 12 de dezembro de 2012 [Internet]. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União da República Federativa do Brasil. Brasília, 13 dez. 2012 [citado em 2023 Agosto 10]. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (BR). Relatório síntese da área enfermagem [Internet]. Brasília: Inep; 2019 [citado em citado em 2023 Agosto 10]. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/relatorio_sintese/2019/Enade_2019_Relatorios_Sintese_Area_Enfermagem.pdf

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (BR). Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2012 [citado em 2023 set 2023]. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/resultados.html

Spritze DT, Restano A, Breda V, Picon F. Dependência de tecnologia: avaliação e diagnóstico. Debates em Psiquiatria. 2016; 6(1):25-30.

Vagka E, Gnardellis C, Lagiou A, Notara V. Nomophobia and self-esteem: a cross sectional study in Greek University students. Int J Environ Res Public Health. 2023; 20(4):2929.

King ALS, Nardi AE, Cardoso A. Nomofobia: dependência do computador, internet, redes sociais? Dependência do telefone celular? O impacto das novas tecnologias no cotidiano dos indivíduos. São Paulo: Atheneu; 2014.

Oliveira TS, Neto MPR, Barreto LKS, Brito LMP, Pinheiro LVS. Tenho celular, logo existo. Rev Adm Unimep. 2020; 18(1):91-101.

Marins B. Nomofobia e pandemia: um estudo sobre o comportamento on-line no Brasil [Dissertação] [Internet]. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz; 2021 [citado em citado em 2023 Agosto 10]. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50695

Direktör C, Nuri C. Personality beliefs as a predictor of smartphone addiction. Arch Clin Psychiatry. 2019; 46(3):61-5. doi: 10.1590/0101-60830000000195.

Agulera-Manrique G, Márquez-Hernández VV, Alcaraz-Córdoba T, Granados-Gámez G, Gutiérrez-Puertas V, Gutiérrez-Puertas L. The relationship between nomophobia and the distraction associated with smartphone use among nursing students in their clinical practicum. PlosOne. 2018; 13(8):E0202953.

Barthwal J, Nath B. Evalutation of nomophobia among medical students using smartphone in north India. Medical Journal Armed Forces India. 2020; 76(4):451-5.

Polat F, Delibas L, Bilir I. The relationship between nomophobia level and worry severity in future healthcare professional candidates. Perspect Psychiatr Care. 2022; 58(1):339-47.

Dasgupta P, Bhattacherjee S, Dasgupta S, Roy JK, Mukherjee A, Biswas R. Nomophobic behaviors among smartphone using medical and engineering students in two colleges of West Bengal. Indian J Public Health. 2017; 61(3):199-204.

Masaeli N, Farhadi H. Prevalence of Internet-based addictive behaviors during COVID-19 pandemic: a systematic review. J Addict Dis. 2021; 39(4):468-88.

Massano-Cardoso IM, Figueiredo S, Galhardo A. Nomofobia na população portuguesa em contexto pandêmico. Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social. 2022; 8(1):1-13.

Prasad M, Patthi B, Singla A, Gupta R, Saha S, Kumar JK et al. Nomophobia: a cross-sectional study to assess mobile phone usage among dental students. J Clin Diagn Res. 2017; 11(2):ZC34-ZC39. doi: 10.7860%2FJCDR%2F2017%2F20858.9341

Han S, Kim JK, Kim JH. Understanding nomophobia: structural equation modeling and semantic network analysis of smartphone separation anxiety. Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking. 2017; 20(7):419-27.

Mascia ML, Agus M, Penna MP. Emotional intelligente, self-regulation, smartphone addiction: which relationship with student well-being and quality of life? Front Psychol. 2020; 1(11):375. doi: 10.3389%2Ffpsyg.2020.00375

Lópes MA, Gutiérres VF, García-Domingo M. “Not without my smartphone”: development and validation of the Dependency and Addiction to Smartphone Scale (EDAS). Ter Psicol. 2017; 35(1):35-45.

Argumosa-Villar L, Boada-Grau J, Vigil-Colet A. Exploratory investigation of theoretical predictors of nomophobia using the Mobile Phone Involvement Questionnaire (MPIQ). Journal of Adolescence. 2017; 1(65):127-35.

Chen B, Liu F, Ding S, Ying X, Wang L, Wen Y. Gender differences in factors associated with smartphone addiction: a cross-sectional study among medical college students. BMC Psychiatry. 2017; 17(1):341. doi: 10.1186/s12888-017-1503-z

Boumosleh JM, Jaalouk D. Depression, anxiety and smartphone addiction in university students: a cross sectional study. PloS One. 2017; 12(8):1-14. doi: 10.1371/journal.pone.0182239

Kim E, Cho I, Kim EJ. Structural equation model of smartphone addiction based on adult attachment theory: mediating effects of loneliness and depression. Asian Nurs Res (Korean Soc Nurs Sci). 2017; 11(2):92-7. doi: 10.1016/j.anr.2017.05.002

Apaza L, Carol Y. Repercusión de la nomofobia y su influencia en la ansiedad de los estudiantes de la Universidad Andina Néstor Cáceres Velásquez, Juliaca. Revista Científica Investigación Andina. 2018; 18(2):153-60.

Downloads

Publicado

2024-01-22

Como Citar

1.
Nascimento de Albuquerque R, Araújo de França T, Durães Camargo H. Prevalência da nomofobia entre acadêmicos de Enfermagem. HU Rev [Internet]. 22º de janeiro de 2024 [citado 29º de abril de 2024];49:1-8. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/42112

Edição

Seção

Artigos Originais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)