Perfil de morbimortalidade por câncer de boca e orofaringe em Montes Claros – MG no período de 2008 a 2018
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-8047.2024.v50.40567Palavras-chave:
Neoplasias Bucais, Mortalidade, Neoplasias Faríngeas, Epidemiologia, Sistemas de Informação em SaúdeResumo
Introdução: Neoplasias malignas que afetam a cavidade oral e a orofaringe representam um problema de saúde pública. Sua incidência e prevalência é alta sendo consideradas de elevada mortalidade, podendo variar de região para região do Brasil. Objetivo: Caracterizar o índice de internações e óbitos por câncer de boca e orofaringe no município de Montes Claros (MG) entre 2008 e 2018. Material e Métodos: Estudo retrospectivo, transversal, de delineamento quantitativo. O universo da pesquisa foi a base de dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde referente à taxa de internações e óbitos por câncer de boca e orofaringe no município de Montes Claros, no período de 2008 a 2018. Resultados: Foram registrados 2.460 casos de internações e uma média de 224 por ano. Houve predomínio do sexo masculino (76,1%), entre a faixa etária de 50 a 69 anos (55,9%), pardos (76,9%), internados em caráter de urgência (65,1%), em regime privado (68,7%), com média de permanência maior no regime público (11,4 dias). O setor privado é responsável por maior parte dos gastos: 5,54 milhões de reais (55,5%). A taxa média de mortalidade por câncer de boca e orofaringe foi de 7,85%, sendo que foi maior no sexo masculino, mais expressiva em pacientes com idade 0 a 9 anos (16,67%) e acima dos 80 anos (13,48%). Conclusão: Ao avaliar, as taxas de internações e óbitos por câncer de boca e orofaringe no município de Montes Claros (MG) no período analisado, verificou-se que o público masculino é o mais atingido, tanto em termos de diagnóstico deste tipo de condição clínica quanto em taxas de internação e mortalidade.
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