Grupo Enlutar: uma intervenção-piloto de suporte psicológico a adultos enlutados

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34019/1982-8047.2022.v48.39043

Palavras-chave:

Luto, Prática Psicológica, Psicoterapia de Grupo

Resumo

Introdução: O processo de luto surge a partir do rompimento de um vínculo importante ou perda significativa, que podem ser ocasionados pelo falecimento de um ente querido. Nesse sentido, para que haja uma elaboração adequada, ações de suporte psicológico tornam-se fundamentais na prática com enlutados. Objetivo: Apresentar uma intervenção-piloto de suporte psicológico ao luto por morte para adultos. Relato de Experiência: Foram realizados dois grupos de formato online durante a pandemia de COVID-19. Para a intervenção, foi utilizado o Protocolo de Intervenção em Luto adaptado, baseado na Terapia Cognitivo-Comportamental, que propõe 12 encontros. Foram aplicados os instrumentos Texas Inventory Revised of Grief e Protocolo de avaliação psicológica inicial em ambulatório de lutos e perdas, além de um questionário sociodemográfico e clínico. Discussão: 23 mulheres participaram, sendo a maioria branca, católica e com indicativo de luto complicado. As causas das mortes foram diversas e o tempo decorrido das perdas foi variado, porém observou-se uma maior procura por pessoas cujo enlutamento era recente, momento geralmente mais crítico. A aplicação de técnicas cognitivas e comportamentais permitiu a expressão de sentimentos, o aprendizado de estratégias de enfrentamento e a prevenção de recaídas. Destaca-se a relevância desta intervenção pela necessidade de maiores estudos que apresentem protocolos de atuação com enlutados. No entanto, identificam-se limitações importantes, como o tamanho reduzido da amostra, a ausência de grupo controle e a perda amostral no decorrer da realização dos grupos. Conclusão: A intervenção mostrou-se um importante espaço de suporte para enlutados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Kovács MJ. Educação para a morte. Psicologia: ciência e profissão. 2005; 25(3):484-7.

Basso LA, Wainer R. Luto e perdas repentinas: contribuições da terapia cognitivo-comportamental. Rev Brasileira de Terapias Cognitivas. 2011; 7(1):35-43.

Ariès P. História da morte no ocidente: da idade média aos nossos dias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; 2017.

Meireles IO, Lima FFLC. O luto na fase adulta: um estudo sobre a relação apego e perda na teoria de John Bowlby. Rev Ciências Humanas. 2016; 9(1):92-105.

Silveira J, Ramos C, Rodrigues I, Oliveira I, Rocha R, Almeida A et al. O luto nas diferentes etapas do desenvolvimento humano. Psicologia em Foco: Temas Contemporâneos. 2020; 1:174-88.

Parkes C. Luto: estudos sobre a perda na vida adulta. São Paulo: Summus; 1998.

Bowlby J. Formação e rompimento dos laços afetivos. São Paulo: Martins Fontes; 2015.

Schut M, Schut H. The dual process model of coping with bereavement: Rationale and description. Death studies. 1999; 23(3):197-224.

Worden JW. Aconselhamento do luto e terapia do luto: um manual para profissionais da saúde mental. 4th. ed. São Paulo: Roca; 2013.

Parkes CM. Amor e perda: as raízes do luto e suas complicações. São Paulo: Summus; 2009.

Alves TM. Formação de indicadores para a psicopatologia do luto [Tese]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2014.

Santos GCBF. Intervenção do profissional de saúde mental em situações de perda e luto no Brasil. Revista M. 2017; 2(3):116-37.

Luna IJ. Uma proposta teórico-metodológica para subsidiar a facilitação de grupos reflexivos e de apoio ao luto. Nova Perspectiva Sistêmica. 2021; 29(68): 46-60.

Bruscato WL, Benedetti C, Lopes SRA, organizadores. A prática da psicologia hospitalar na Santa Casa de São Paulo: novas páginas em uma antiga história. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2004.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (BR). Brasil: censo demográfico de 2010 [Internet]. [citado em 2020 abr 30]. Acesso em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9662-censo-demografico-2010.html?edicao=9665&t=sobre

Silva ACO. Atendimento clínico para luto no enfoque da terapia cognitivo-comportamental. In: Wielenska RC, organizadora. Sobre comportamento e cognição: desafios, soluções e questionamentos. Santo André: ESETec; 2009.

Zwielewski G, Sant’Ana V. Um protocolo de luto e a terapia cognitivo-comportamental. Revista Cesumar Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. 2016; 21(1):227-42.

Oliveira EA, Santos MA, Mastropietro AP. Apoio psicológico na terminalidade: ensinamentos para a vida. Psicologia em Estudo. 2010; 15(2):235-44.

Elias N. A solidão dos moribundos. Rio de Janeiro: Zahar; 2001.

Ministério da Saúde (BR). Brasil: manejo de corpos no contexto do novo coronavírus – COVID-19 [Internet]. [citado em 2020 abr 30]. Acesso em: https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/publicacoes-tecnicas/recomendacoes/manejo-de-corpos-no-contexto-da-covid-19

Downloads

Publicado

2023-03-10

Como Citar

1.
Santiago Swerts L, das Chagas Coelho L, Stersi Bonfatti J, Aparecida de Aquino Batista Noé P, Rossi dos Santos Grincenkov F. Grupo Enlutar: uma intervenção-piloto de suporte psicológico a adultos enlutados. HU Rev [Internet]. 10º de março de 2023 [citado 19º de abril de 2024];48:1-6. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/39043

Edição

Seção

Relato de Experiência

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)