Protocolo de exercícios e dispositivo interoclusal como alternativa para a disfunção temporomandibular muscular: relato de caso

Autores

  • Éwerton Machado Veloso Instituto de Ciências da Vida, Campos Avançado de Governador Valadares, Universidade Federal de Juiz de Fora https://orcid.org/0000-0003-3553-2931
  • Edmara Lúcia Pereira do Nascimento Instituto de Ciências da Vida, Campos Avançado de Governador Valadares, Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Michelle Cristina Sales Almeida Barbosa Instituto de Ciências da Vida, Campos Avançado de Governador Valadares, Universidade Federal de Juiz de Fora https://orcid.org/0000-0002-2989-7574
  • Rodrigo Furtado de Carvalho Instituto de Ciências da Vida, Campos Avançado de Governador Valadares, Universidade Federal de Juiz de Fora https://orcid.org/0000-0002-8271-8571

DOI:

https://doi.org/10.34019/1982-8047.2020.v46.30307

Palavras-chave:

Transtornos da Articulação Temporomandibular, Bruxismo, Dor Facial

Resumo

Introdução: A disfunção temporomandibular muscular requer uma abordagem multiprofissional para a consolidação de um tratamento integral. Objetivo: Relatar um caso onde se avaliou os efeitos de um protocolo de 8 semanas de exercícios de resistência muscular à fadiga controlado por biofeedback associado ao uso de dispositivo interoclusal no tratamento da disfunção temporomandibular muscular. Relato de Caso: Utilizou-se os critérios de diagnóstico para pesquisa em disfunção temporomandibular (RDC/TMD), escala visual analógica (EVA) e a avaliação eletromiográfica (EMG) para triagem e diagnóstico. Paciente do sexo feminino, 25 anos de idade, leucoderma, compareceu à clínica de prótese dentária queixando-se de dores na mandíbula ao acordar. Relatou o hábito noturno de ranger os dentes e sintomas como barulhos esporádicos no ouvido e dor na região cervical. Após diagnóstico de disfunção temporomandibular muscular, pelo RDC/TMD, empregou-se um tratamento fisioterapêutico baseado em exercícios de progressão semanal realizados duas vezes por semana, totalizando 16 sessões, incluindo as avaliações do tempo de fadiga e da dor percebida nas primeiras 24 horas e após 4 e 8 semanas decorridas do início do protocolo. Associadamente fez-se o uso noturno de um dispositivo interoclusal com intervalos de 7, 15, 30, 60 e 90 dias nas consultas de acompanhamento odontológico para reexame e ajustes oclusais do dispositivo. Ao final da terapêutica instituída, a paciente foi novamente submetida ao RDC/TMD, EVA e EMG. Resultados: Constatou-se redução significativa dos sintomas dolorosos quando comparados os valores obtidos nas avaliações pré e pós-tratamento, correspondendo a uma taxa de aproximadamente 89%. Conclusão: A associação das terapias odontológicas e fisioterapêuticas demonstraram efetividade na diminuição sintomática da dor, promovendo conforto ao paciente e maior amplitude de movimento da articulação temporomandibular.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Lugo LH, García HI, Rogers HL, Plata JA. Treatment of myofascial pain syndrome with lidocaine injection and physical therapy, alone or in combination: a single blind, randomized, controlled clinical trial. BMC Musculoskelet Disord. 2016; 17:101. doi: 10.1186/s12891-016-0949-3.

Canales GT, Lora VRMM, Gonçalves LM, Grillo, CM, Barbosa CMR. Eficácia terapêutica da associação do aconselhamento e do aparelho estabilizador plano sobre a dor crônica presente na dor miofascial. In: 32ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica: 2015; Campinas. Anais. Brazilian Oral Research. 2015; 29(Suppl. 1):72.

Chaves TC, Oliveira AS, Grossi DB. Principais instrumentos para avaliação da disfunção temporomandibular, parte II: critérios diagnósticos; uma contribuição para a prática clínica e de pesquisa. Fisioter Pesqui. 2008; 15(1):101-6.

Reis LO, Furtado JF, Miranda JS, Dias IM, Leite FPF. Prevalência de dor miofascial em pacientes com desordem temporomandibular. HU Rev. 2016; 42(3):225-9.

Torres F, Campos LG, Fillipini HF, Weigert KL, Vecchia GF. Efeitos dos tratamentos fisioterapêutico e odontológico em pacientes com disfunção temporomandibular. Fisioter Mov. 2012; 25(1):117-25.

Dutra LC, Seabra EJG, Dutra GRSF, Silva AP, Martins YVM, Barbosa GAS. Métodos de tratamento da disfunção temporomandibular: revisão sistemática. Rev Aten Saúde. 2016; 14(50):85-95.

Barbosa MA, Tahara AK, Ferreira IC, Intelangelo L, Barbosa AC. Effects of 8 weeks of masticatory muscles focused endurance exercises on women with oro‐facial pain and temporomandibular disorders: A placebo randomised controlled trial. J Of Oral Rehabil. 2019; 46(10):885-94. doi: 10.1111/joor.12823.

Alqutaibi AY, Aboalrejal NA. Types of Occlusal Splint in Management of Temporomandibular Disorders (TMD). J Arthritis. 2015; 4(4):1-4. doi: 10.4172/2167-7921.1000176

Candirli C, Korkmaz YT, Celikoglu M, Altintas SH, Coskun U, Memis S. Dentists’ knowledge of occlusal splint therapy for bruxism and temporomandibular joint disorders. Niger J Clin Pract. 2016; 19(4):496-501. doi: 10.4103/1119-3077.183310

Ella B, Ghorayeb I, Burbaud P, Guehl D. Bruxism in movement disorders: a comprehensive review. J Prosthodont. 2017; 26(7):599-605. doi: 10.1111/jopr.12479

Amorim CSM, Espirito Santo AS, Sommer M, Marques AP. Effect of physical therapy in bruxism treatment: a systematic review. J Manipulative Physiol Ther. 2018; 41(5):389-404. doi: 10.1016/j.jmpt.2017.10.014.

Torres F, Campos LG, Fillipini HF, Weigert KL, Vecchia GF. Efeitos dos tratamentos fisioterapêutico e odontológico em pacientes com disfunção temporomandibular. Fisioter Mov. 2012; 25(1):117-25.

Ries LGK, Graciosa MD, Soares LP, Sperandio FF, Santos GM, Degan VV et al. Efeito do tempo de contração e repouso na atividade dos músculos masseter e temporal anterior em indivíduos com DTM. CoDAS. 2016; 28(2):155-62. doi: 10.1590/2317-1782/201620150112

Cho GH, Lee Y. Analysis of masticatory muscle activity based on presence of temporomandibular joint disorders. Med Sci Monit. 2020; 26:e921337. doi: 10.12659/MSM.921337

Dickerson SM, Weaver JM, Boyson AN, Thacker JA, Junak AA, Ritzline PD et al. The effectiveness of exercise therapy for temporomandibular dysfunction: a systematic review and meta-analysis. Clin Rehabil. 2017; 31(8):1039-48. doi: 10.1177/0269215516672275.

Celinski AI, Cunali RS, Bonotto D, Farias AC, Cunali PA. Eletromiografia de superfície em disfunção temporomandibular: revisão sistemática. Rev Dor. 2013; 14(2):147-50.

Mapelli A, Zanandrea Machado BC, Giglio LD, Sforza C, De Felício CM. Reorganization of mus¬cle activity in patients with chronic temporomandibular disorders. Arch Oral Biol, 2016; 72:164-71. doi: 10.1016/j.archoralbio.2016.08.022.

Guaita M, Högl B. Current treatments of bruxism. Curr Treat Options Neurol. 2016; 18(2):10. doi: 10.1007/s11940-016-0396-3.

Armijo-Olivo S, Pitance L, Singh V, Neto F, Thie N, Michelotti A. Effectiveness of manual therapy and therapeutic exercise for temporomandibular disorders: systematic review and meta-analysis. Phys Ther. 2016; 96(1):9-25. doi: 10.2522/ptj.20140548.

Sassi FC, Silva AP, Santos RKS, Andrade CRF. Tratamento para disfunções temporomandibulares: uma revisão sistemática. Audiol Commun Res. 2018; 23:1-13.

Moraes AR, Sanches ML, Ribeiro EC, Guimarães AS. Therapeutic exercises for the control of temporomandibular disorders. Dental Press J Orthod. 2013;18(5):134-9. doi: 10.1590/s2176-94512013000500022.

Downloads

Publicado

2020-08-17

Como Citar

1.
Machado Veloso Éwerton, Lúcia Pereira do Nascimento E, Cristina Sales Almeida Barbosa M, Furtado de Carvalho R. Protocolo de exercícios e dispositivo interoclusal como alternativa para a disfunção temporomandibular muscular: relato de caso. HU Rev [Internet]. 17º de agosto de 2020 [citado 24º de abril de 2024];46:1-7. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/30307

Edição

Seção

Relato de Caso

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)