Conhecimento de profissionais da atenção primária à saúde sobre a abordagem terapêutica na incontinência urinária feminina

Autores

  • Ruth Ellen Ribeiro dos Santos Universidade Federal de Juiz de Fora - Campus Governador Valadares
  • Camila Teixeira Vaz Universidade Federal de Juiz de Fora - Campus Governador Valadares

DOI:

https://doi.org/10.34019/1982-8047.2017.v43.2837

Palavras-chave:

Incontinência Urinária, Conhecimento, Atenção Primária à Saúde, Fisioterapia.

Resumo

A incontinência urinária é considerada um importante problema de saúde que afeta milhões de mulheres em todas as idades. O presente estudo teve como objetivo verificar o conhecimento dos profissionais que trabalham na Atenção Primária à Saúde, na Estratégia Saúde da Família, no município de Governador Valadares, Minas Gerais, sobre a abordagem terapêutica na Incontinência Urinária feminina. Tratou-se de um estudo transversal descritivo, realizado no Município de Governador Valadares. A amostra constituiu-se por todos os médicos e enfermeiros, que atuavam nas 59 equipes de Saúde da Família do município. Utilizou-se da aplicação de um questionário elaborado pelos pesquisadores para levantar informações a respeito da formação acadêmica e dados demográficos dos profissionais; conhecimento sobre a IU feminina e abordagens terapêuticas. A análise descritiva foi avaliada com medidas de tendência central, dispersão e frequência. Participaram do estudo 76 indivíduos, sendo 74% do sexo feminino. Foi identificado que 58% dos profissionais selecionaram a opção do tratamento fisioterapêutico como intervenção de primeira escolha para o tratamento da IU feminina; e que 51% acreditavam que as mulheres com tal condição de saúde não precisam ser encaminhadas necessariamente para o nível secundário de atenção. Por outro lado, na questão discursiva, na qual os profissionais deveriam discorrer a respeito da sua abordagem terapêutica em mulheres com IU, apenas 24% dos profissionais relataram que fariam o direcionamento das mulheres para o atendimento fisioterapêutico. A análise conjunta dos dados permitiu concluir que os profissionais participantes do estudo se mostraram instruídos com relação ao contexto geral da IU feminina, no entanto, tal conhecimento não reflete a realidade da prática clínica, evidenciando uma divergência de saberes. Aponta com isso, a necessidade da educação continuada, para que seja possível concretizar o que é recomendado em diretrizes internacionais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABRAMS, P. et al. The standardization of terminology of lower urinary tract function: report from the Standardization Sub-committee of the International Continence Society. Urology, v. 61, n.1, p.37-49, jan. 2003.

ALMEIDA, P. F.; FAUSTO, M. C. R.; GIOVANELLA, L. Fortalecimento da atenção primária à saúde: estratégia para potencializar a coordenação dos cuidados. Revista Panamericana de Salud Pública, v.29, n.2, p.84–95, out. 2011.

BARBOSA, S. S. et al. Como profissionais de saúde da rede básica identificam e tratam a incontinência urinária feminina. O Mundo da Saúde, São Paulo, v. 33, n.4, p.449-456, jul. 2009.

BERNARDS, A. T. M. et al. Dutch guidelines for physiotherapy in patients with stress urinary incontinence: an update. International Urogynecology Journal, v.25, n.2, p.171–179, fev. 2014.

BEUTTENMÜLLER, L. et al. Contração muscular do assoalho pélvico de mulheres com incontinência urinária de esforço submetidas a exercícios e eletroterapia: um estudo randomizado. Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v.18, n.3, p.210-216. jul./set. 2011.

BEZERRA, A. L. Q. et al. O processo de educação continuada na visão de enfermeiros de um hospital universitário. Revista Eletrônica de Enfermagem, v.14, n.3, p.618-625, jul./set., 2012.

BO, K. et al. An International Urogynecological Association (IUGA)/ International Continence Society (ICS) joint report on the terminology for the conservative and nonpharmacological management of female pelvic floor dysfunction. International Urogynecology Journal. v.28, p.191-213, fev. 2016.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Manual para a organização da Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 1999. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/organizacao_atencao.pdf. Acesso em 2 dez. 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 198/2004, de 13 de fevereiro de 2004. Institui a política nacional de educação permanente em saúde como estratégia do Sistema Único de Saúde para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores para o setor e dá outras providências. Disponível em: https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/1832.pdf. Acesso em 2 dez. 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Protocolos de encaminhamento da Atenção Básica para a Atenção Especializada: Urologia. Brasília, 2016. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_especializada_urologia_v_VI.pdf. Acesso em 2 dez. 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília; 2012. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/pnab.pdf. Acesso em 2 dez. 2017.

BUCKLEY, B. S.; LAPITAN, M. C. Epidemiology Committee of the Fourth International Consultation on Incontinence, Paris, 2008. Prevalence of urinary incontinence in men, women, and children--current evidence: findings of the Fourth International Consultation on Incontinence. Urology, v.76, n.2, p.265-70, aug. 2010.

CECCIM, R. B.; FEUERWERKER, L. C. M. O quadrilátero da formação para a área da saúde: ensino, gestão, atenção e controle social. Physis: Revista Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v.14, n.1, p.41-65, mai. 2004.

CLEMENT, K.D. et al. Urodynamic studies for management of urinary incontinence in children and adults: A short version Cochrane systematic review and meta-analysis. Neurourology and Urodynamics. v.34, n.5, p.407-412, jun. 2014.

DUMOULIN, C. et al. Pelvic floor muscle training versus no treatment, or inactive control treatments, for urinary incontinence in women. The Cochrane Database of Systematic Reviews, v. 14, n. 5, p.1-119, may. 2014.

FARAH, B. F. Educação em serviço, educação continuada, educação permanente em saúde: sinônimos ou diferentes concepções? Revista APS. v.6, n.2, p.123-125, jul./dez. 2003.

GASPARETTO, A. et al. Efeitos da fisioterapia com abordagem em grupo sobre a incontinência urinária feminina na atenção primária de saúde em santa maria. Disc. Scientia. Série: Ciências da Saúde, Santa Maria. v. 12, n. 1, p. 59-70, jun. 2011.

HAYLEN, B. T. et al. Schaer, G. N. An International Urogynecological Association (IUGA)/International Continence Society (ICS) Joint Report on the Terminology for Female Pelvic Floor Dysfunction. Neurourology and Urodynamics, Darlinghurst, v.29, p.4–20, jan. 2010.

MARQUES, K. S. F.; FREITAS, P. A. C. A cinesioterapia como tratamento da incontinência urinária na unidade básica de saúde. Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v.18, n.4, p. 63-67, out./dez., 2005.

MENDES, E.V. Os Sistemas de serviços de saúde: o que os gestores deveriam saber sobre essas organizações complexas. Escola de Saúde Pública do Ceará. Fortaleza, 2002.

MILSOM, I. et al. Epidemiology of urinary (IU) and faecal (FI) and pelvic organ prolapse (POP). Fourth International Consultation on Incontinence. 4a ed. Paris: health publication; p.35-112, 2009.

REIGOTA, R. B. et al. Prevalence of Urinary Incontinence and Its Association with Multimorbidity in Women Aged 50 Years or Older: A Population-Based Study. Neurourology and Urodynamics, São Paulo, v. 35, n. 1, p. 62–68, jan. 2016.

REZENDE, V. A. A resolutividade da Atenção Básica: uma revisão de literatura. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Atenção Básica e Saúde da Família) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010.

RODRIGUES, M. Z. Educação continuada em enfermagem de Saúde Pública. Revista da Escola de Enfermagem USP. São Paulo, v.18, n.2, p. 129 - 140, ago. 1984.

SILVA, G.M; SEIFFERT, O.M.L.B. Educação continuada em enfermagem: uma proposta metodológica. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília, v.62, n.3, p.362-6.2009, mai./jun. 2009.

SYAN, R.; BRUCKER, B.M. Guideline of guidelines: urinary incontinence. British Journal of Urology. New York, v.117, n.1, p.20-33, jan. 2015.

Downloads

Publicado

2018-10-15

Como Citar

1.
dos Santos RER, Vaz CT. Conhecimento de profissionais da atenção primária à saúde sobre a abordagem terapêutica na incontinência urinária feminina. HU Rev [Internet]. 15º de outubro de 2018 [citado 22º de dezembro de 2024];43(3):239-45. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/2837

Edição

Seção

Artigos Originais