RETINOL SÉRICO, CONDIÇÃO CLÍNICA E PERFIL DIETÉTICO RELACIONADO À VITAMINA A EM PRÉ-ESCOLARES

Autores

  • Pollyanna Costa Cardoso Pires UFJF - Campus GV (Departamento de Nutrição) Docente
  • Lilian Uchoa Carneiro UFES - Campus Alegre (Departamento de Farmácia e Nutrição) Egresso
  • Maria das Graças Vaz Tostes UFES - Campus Alegre (Departamento de Farmácia e Nutrição) Docente
  • Helena Maria Pinheiro Sant’Ana UFV - Campus Viçosa (Departamento de Nutrição e Saúde) Docente
  • Neuza Maria Brunoro Costa UFES - Campus Alegre (Departamento de Farmácia e Nutrição) Docente

Palavras-chave:

Deficiência de vitamina A. Vitamina A. Estado nutricional. Pré-escolares.

Resumo

A deficiência de vitamina A (DVA) é considerada um problema de saúde pública em muitos países em desenvolvimento, e acomete principalmente crianças em idade pré-escolar. O objetivo deste estudo foi avaliar o estado nutricional relacionado à vitamina A em pré-escolares. O retinol sérico foi dosado em 84 pré-escolares, por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência, e avaliado segundo os valores de referência da Organização Mundial da Saúde. A avaliação clínica investigou sinais e sintomas pertinentes à DVA em 43 crianças. Foi avaliado o consumo alimentar habitual, por meio do questionário de frequência de consumo alimentar, e o consumo atual, por meio da pesagem direta dos alimentos e do registro alimentar, em 21 pré-escolares. Foi aplicado o teste exato de Fisher (α=5%) para avaliar associação entre as variáveis. A mediana de retinol sérico dos pré-escolares foi 50,6 µg/dL. Não foram encontrados níveis de retinol sérico baixos ou deficientes, mas encontrou-se uma pequena parcela (13%) de pré-escolares com níveis marginais. Nenhuma criança apresentou manifestações clínicas relacionadas à DVA. A avaliação do consumo habitual mostrou inadequação de vitamina A em 81 % dos pré-escolares. A avaliação do consumo atual mostrou que 66,7% dos pré-escolares consumiram quantidades de vitamina A dentro da recomendação para sua faixa etária. Não foi encontrada associação estatisticamente significativa entre os níveis de retinol sérico e o consumo alimentar dos pré-escolares. Considera-se necessário o acompanhamento nutricional das crianças em risco de DVA, para adequação do consumo de vitamina A e dos níveis de retinol sérico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Pollyanna Costa Cardoso Pires, UFJF - Campus GV (Departamento de Nutrição) Docente

Possui mestrado em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (2008), especialização em Nutrição Humana e Saúde pela Universidade Federal de Lavras (2005) e graduação em Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (2004). Foi nutricionista responsável pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) da Prefeitura Municipal de Coronel Fabriciano-MG. Foi professora do curso de Nutrição da Universidade Federal do Espírito Santo - Campus Alegre. É professora do curso de Nutrição da Universidade Federal de Juiz de Fora - Campus Governador Valadares, atua na área de Análise Nutricional de População, Nutrição Materno-Infantil, Nutrição em Saúde Coletiva, Ciência de Alimentos.

Referências

ACCIOLY, E.; SAUNDERS, C.; LACERDA, E. Carência de vitamina A no grupo materno-infantil. In: ___ Nutrição em obstetrícia e pediatria. Rio de Janeiro: Cultura Médica, p.65, 2009.

AZEVEDO, M. M. S. et al. Deficiência de vitamina A em pré-escolares da cidade do Recife, Nordeste do Brasil. Archivos Latinoamericanos de Nutrición, Caracas, v. 60, nº. 1, p. 36-41, 2010.

BLOEM, M.W.; DE PEE, S.; DANTON-HILL, I. D. New issues in developing effective approaches for the prevention and control of vitamin A deficiency. Food and Nutrition Bulletin, Boston, v. 19, noº. 2, p. 137-148, 1998.

CADORNA, C. M. L. Avaliação do consumo alimentar de crianças frequentadoras de creches municipais de São Paulo. 1999. Dissertação (Mestrado em Alimentos e Nutrição em Saúde Pública)-Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

CRUZ, A. T. R. O consumo alimentar de crianças: avaliação pelo "Método da Pesagem Direta" em 3 creches no Município de São Paulo-SP. 2001. Dissertação (Mestrado)-Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.

DINIZ A. S.; SANTOS, L. M. P. Hipovitaminose A e xeroftalmia. Jornal de Pediatria, Brasília, DF, v. 76, nº. 3, p. 311-322, 2000.

FALCÃO-GOMES, R. C.; COELHO, A. A. S.; SCHMITZ, B. de A. S. Caracterização dos estudos de avaliação do consumo alimentar em pré-escolares. Revista de Nutrição, Campinas, v. 19, nº. 6, p. 713-727, 2006.

FERNANDES T. F. S. et al. Hipovitaminose A em pré-escolares de creches públicas do Recife: indicadores bioquímico e dietético. Revista de Nutrição, Campinas, v. 18. nº. 4, p. 471-480, 2005.

FISBERG, R. M. et al. Inquéritos alimentares: métodos e bases científicos. Barueri: Manole, 2005.

HADI, S. M. A. et al. Evaluation of retinol level among preschool children, pregnant and lactating women attending primary health care centres in Baghdad. International Journal of Child Health and Nutrition, Mississauga, v. 2, noº. 01, p. 63-69, 2013.

INSTITUTE OF MEDICINE (IOM-USA). Food and Nutrition Board. Dietary reference intakes for vitamin A, vitamin K, arsenic, boron, chromium, copper, iodine, iron, manganese, molybdenum, nickel, silicon, vanadium and zinc. Washington, D. C., National Academy Press, 2001.

LÍBERA, B. D. et al. Estratégias de combate às microdeficiências no grupo materno-infantil. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, Rio de Janeiro, v. 23, nº. 3, p. 190-198, 2008.

MAYO-WILSON, E. et al. Vitamin A supplements for preventing mortality, illness, and blindness in children aged under 5: systematic review and meta-analysis. British Medical Journal, v. 343, d5094, 2011.

MILAGRES, R. C. R. M.; NUNES, L. C.; PINHEIRO-SANT'ANA, H. M. A deficiência de vitamina A em crianças no Brasil e no mundo. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, nº. 5, p. 1253-1266, 2007.

NETTO, M. P. Estado nutricional de ferro e vitamina A em crianças de 18 a 24 meses do município de Viçosa, Minas Gerais. Dissertação (Mestrado em Ciência da Nutrição)- Departamento de Nutrição e Saúde, Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, 2005.

NETTO, M. P. et al. Estado nutricional de ferro e sua associação com a concentração de retinol sérico em crianças. HU Revista, Juiz de Fora, v. 38, nº. 2, p. 45-51, 2012.

PAIVA A. A. et al. Prevalência de deficiência de vitamina A e fatores associados em pré-escolares de Teresina, Piauí, Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, nº. 9, p. 1979-1987, 2006.

PAULA, W. K. A. S. et al. Anemia and vitamin A deficiency in children under five years old attended under the Family Health Program in the State of Pernambuco, Brazil. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 19, nº. 4, 2014.

PEE S. de; DARY, O. Biochemical indicators of vitamin A deficiency: serum retinol and serum retinol binding protein. The Journal of Nutrition, Bethesda, v. 132, nº. 9, p. 2895-2901, 2002.

PEREIRA, J. A. et al. Concentrações de retinol e de beta-caroteno séricos e perfil nutricional de crianças em Teresina, Piauí, Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 11, nº. 2, p. 287-296, 2008.

RAMALHO R. A.; ANJOS, L. A. dos; FLORES, H. Valores séricos de vitamina A e teste terapêutico em pré-escolares atendidos em uma unidade de saúde do Rio de Janeiro, Brasil. Revista de Nutrição, Campinas, v. 14, nº. 1, p. 5-12, 2001.

RAMALHO, R. A.; FLORES, H.; SAUNDERS, C. Hipovitaminose A no Brasil: um problema de saúde pública. Revista Panamerican Salud Publica, Washington, DC, v. 12, noº. 2, p. 117-122, 2002.

RAMALHO, R. A.; PADILHA, P.; SAUNDERS, C. Análise crítica de estudos brasileiros sobre deficiência de vitamina A no grupo materno-infantil. Revista Paulista de Pediatria, São Paulo, v. 26, nº. 4, p. 392-399, 2008.

RIVERA F. S. R.; SOUZA E. M. T. Consumo alimentar de escolares de uma comunidade rural. Comunidade Ciências da Saúde, v. 7, nº. 2, p. 111-119, 2006.

SANTOS, L. M. P. et al.Situação nutricional e alimentar de pré-escolares no semi-árido da Bahia (Brasil): II ¬ Hipovitaminose A. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 30, nº. 1, p. 67-74, 1996.

SAUNDERS, C. et al. A investigação da cegueira noturna no grupo materno-infantil: uma revisão histórica. Revista de Nutrição, Campinas, v. 20, nº. 1, p. 95-105, 2007.

SOMMER, A; WEST JR, K. P. Vitamin A deficiency: health, survival, and vision. Oxford University Press, New York, v. 147, noº. 12, 1996.

TACO. Tabela brasileira de composição de alimentos. Campinas, São Paulo: NEPA-UNICAMP, 2006.

TBCA (USP). Tabela brasileira de composição de alimentos. São Paulo. Disponível em: <http://www.fcf.usp.br/tabela/index.asp>. Acesso em: 11/05/2011.

THURNAM, D.I. et al. Micronutrients in childhood and the influence of subclinical inflammation. Proceedings of the Nutrition Society, London, v. 64, noº. 4, p. 502-509, 2005.

TUMA, R. C. F. B.; COSTA, T. H. M. da; SCHMITZ, B. de A S. Avaliação antropométrica e dietética de pré-escolares em três creches de Brasília. Revista Brasileira Saúde Materno-Infantil, Recife, v. 5, nº. 4, p. 419-428, 2005.

UNDERWOOD, B. A. Maternal vitamin A status and its importance in infancy and early childhood. American Journal of Clinical Nutrition, Bethesda, v. 59, p. 517–524, 1994.

WHO. Global prevalence of vitamin A deficiency in populations at risk 1995–2005. Geneva: World Health Organization, 2009.

WHO. Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes. Geneva: World Health Organization, 1996.

WHO. Vitamin A supplements: a guide to their use in the treatment and prevention of vitamin A deficiency and xerophthalmia. Geneva: World Health Organization, 1988.

Downloads

Publicado

2015-08-20

Como Citar

1.
Costa Cardoso Pires P, Uchoa Carneiro L, Vaz Tostes M das G, Pinheiro Sant’Ana HM, Brunoro Costa NM. RETINOL SÉRICO, CONDIÇÃO CLÍNICA E PERFIL DIETÉTICO RELACIONADO À VITAMINA A EM PRÉ-ESCOLARES. HU Rev [Internet]. 20º de agosto de 2015 [citado 29º de março de 2024];40(3 e 4). Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/2437

Edição

Seção

Artigos Originais