Autoconsciência e autoconhecimento: sobre algumas dificuldades na redução da subjetividade
DOI:
https://doi.org/10.34019/2448-2137.2021.34875Resumen
É uma descrição sóbria o fato de que nenhuma voz filosófica da filosofia alemã pós-fascista em todo o mundo, sobretudo nos Estados Unidos, é levada tão a sério, discutida tão profundamente e admirada por tantos quanto a habermasiana. Isto não se deve apenas ao espírito democrático fundamental (raro na tradição alemã) que respira a partir dela. Nenhuma outra posição filosófica hoje presente reagiu com comparável flexibilidade e amplitude às mudanças dos sistemas de crenças e sensibilidades contemporâneas quanto a habermasiana. O conceito de comunicação, em seu ponto central, também abre espaço para o defensor da subjetividade contra aquilo que é cultuado entre seus menosprezadores e, de fato, parece igualmente imune a uma série de tentativas reducionistas rejeitadas a seguir. Quando eu, no entanto, - após a apresentação das minhas próprias convicções – declaro haver um déficit filosófico sobre subjetividade na teoria de Habermas, faço com a consciência de que os argumentos nunca são “definitivos” ou “conclusivos” (cf. NOZICK, 1981, pp. 4), na verdade, as teorias nunca são definitivamente refutadas. Temos, diz David Lewis, de pagar um preço (LEWIS, 1983, p. X) por continuar a defendê-las contra os nossos adversários. Nas próximas quatro seções explicarei como concebo uma teoria consistente de subjetividade, e numa quinta justificarei porque é que o preço que esta teoria teria de pagar ainda me parece demasiado elevado se quisesse aderir ao paradigma da “razão comunicativa”.