A HERANÇA COLONIAL DAS “NOVAS” OPERAÇÕES DE PAZ DA ONU

Autores/as

  • Marta Fernández Moreno PUC-Rio

DOI:

https://doi.org/10.34019/2448-2137.2011.17770

Resumen

No contexto de exagerado otimismo que caracterizou o fim da Guerra Fria decorrente da superação das tensões ideológicas entre Estados Unidos e a União Soviética, a Organização das Nações Unidas (ONU) experimentou uma mudança na natureza das suas operações de paz, as quais passaram a estar cada vez mais comprometidas com a reconstrução de Estados fragmentados por guerras civis. Enquanto as missões de peacekeeping clássicas da ONU durante a Guerra Fria envolviam forças multinacionais levemente armadas que ajudavam a observar e a manter os acordos de cessar fogo entre os combatentes, no contexto do pósGuerra Fria estas operações passaram a envolver um escopo muito mais vasto de atividades e atores. As atividades das “novas” operações de construção de Estados são abrangentes e variam de país para país, mas geralmente envolvem: desmobilização e integração dos antigos combatentes à sociedade civil, fornecimento de ajuda financeira, assistência humanitária, organização e fiscalização de eleições, repatriação de refugiados, reconstrução da estrutura física dos países, monitoramento dos direitos humanos, reestruturação do sistema judiciário e reforma legislativa. Além disso, estas operações contam com uma vasta gama de atores internacionais, tais como: organizações nãogovernamentais, instituições financeiras internacionais, agências de desenvolvimento, e organizações regionais e internacionais (Paris, 1997, 2002). Essas “novas” operações não estão voltadas apenas para impedir que os antigos inimigos reiniciem o conflito, mas, também, têm a pretensão de lidar com as causas profundas do mesmo, evitando sua retomada por meio da recriação das instituições centrais do Estado e da sociedade (Call; Cook, 2003).

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Publicado

2018-08-15