HUME E O “EU” COMO UM TEATRO DAS PERCEPÇÕES

Autores/as

  • André Luiz Olivier da Silva Universidade do Vale do Rio dos Sinos

DOI:

https://doi.org/10.34019/2448-2137.2014.17685

Resumen

Ao investigar o problema da identidade pessoal, Hume indagou se haveria uma impressão sensível que correspondesse diretamente às ideias que se referem a um “eu” pensante – como as ideias de alma, consciência e substância. O presente trabalho aborda a resposta empirista de Hume a esse problema, segundo a qual não podemos apontar uma impressão adequada a essas ideias e o máximo que podemos fazer em uma investigação filosófica é descrever o modo como essas ideias são geradas na natureza humana. Tais ideias não passam de ficções da imaginação e surgem como um equívoco da mente humana sobre a continuidade dos objetos físicos percebidos ao longo da sucessão temporal, pois a mente imagina objetos e pessoas com existências contínuas e invariáveis, como se a descontinuidade percebida por nossa natureza fosse descartada no processo de observação dos corpos e outras mentes. Para Hume, as ficções da imaginação, juntamente com as lembranças da memória, fomentam a produção de crenças na ideia de que certos corpos físicos possuem consciência e constituem, mesmo com o movimento do tempo, uma identidade pessoal.

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Publicado

2018-08-08