SÍLVIO ROMERO, FELTE BEZERRA E O DEBATE SOBRE A MISCIGENAÇÃO NO CONTEXTO DA RECEPÇÃO DA SOCIOLOGIA NO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-2140.2023.42167Palavras-chave:
miscigenação, Silvio Romero, Felte Bezerra, Sociologia BrasileiraResumo
A agenda da sociologia brasileira na transição dos séculos XIX/XX foi marcada pela percepção de que a miscigenação era um dado empírico relevante para o entendimento desta sociedade. Embora existisse um ambíguo espectro que orbitava em torno de aspectos negativos e/ou positivos, promovidos pela adesão desse debate às teorias evolucionistas e raciais, uma certa tendência do pensamento social brasileiro continuou a explorar os efeitos deste fenômeno para entender tal sociedade. O primeiro esforço para situar esta questão nesta agenda foi dado por Sílvio Romero. Em seus estudos sobre a literatura e a cultura popular inicia uma linhagem que percebia esta questão como fundamental para a compreensão do país. A importância dessa variável utilizada pela sociologia brasileira é muito claramente recepcionada nas pesquisas desenvolvidas por Felte Bezerra. Em seus estudos sobre as etnias sergipanas, e suas interrelações, desenvolve a mesma estrutura de interpretação de Silvio Romero, só que a partir de uma leitura culturalista assentada na ideia da miscigenação e seus efeitos na formação social brasileira. A importância dessa tradição de interpretação é ambígua no contexto do pensamento e sociedades brasileiras. Ela acabou sustentando suposições que endossaram a sugestão de que a miscigenação tenha operado uma fragilização do preconceito racial no Brasil.
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