A heterossexualidade compulsória e a estilização do corpo à luz do pensamento de Judith Butler
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-2140.2021.33586Palavras-chave:
Estilização do corpo, Matriz Hetorossexual, Identidade de gênero, Masculinidade, FeminilidadeResumo
O presente trabalho busca investigar os mecanismos que cuidam de normalizar a estilização do corpo como um processo ideal da instituição heterossexual. Através da obra “Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade” da filósofa Judith Butler (2017), propomos questionar o processo de estilização como um material dado e/ou natural, uma vez que tal processo consiste na produção de corpos educados. Nesse processo, analisamos o papel da cultura heterossexual na padronização das identidades de gênero, baseada no binarismo masculino/feminino, tendo em mente que o imperativo heterossexual sustenta uma necessidade de invocar sujeitos disciplinados, medidos e consentidos sob um conjunto arbitrário de regulações inscritas nos corpos para a sustentação das convenções estabelecidas e criadas socialmente, que legitimam a produção de uma masculinidade e feminilidade ideal. Dito isso, cabe indagar as implicações dos estudos estruturalistas de Levi-Strauss e psicanalíticos freudianos e lacanianos, nos quais produzem uma matriz heterossexual, com a capacidade de estimular a heterossexualidade e negar as demais sexualidades consideradas desviantes. Por fim, tem-se a pretensão de examinar a estilização do corpo como um processo performativo, isto é, fabricações discursivas que impõe o que deve ser utilizado/feito, tendo, por exemplo, uma identidade de gênero masculina ou feminina.
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