Um estupro de sessenta mil
feminismos 2.0 e a circulação do conceito de cultura do estupro
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-2140.2020.30699Palavras-chave:
Cultura do estupro; Feminismos; Interseccionalidades; Educação.Resumo
Em 2016, o Brasil registrou sessenta mil casos de estupros, com média de uma mulher sendo vítima a cada dez minutos no país. Em quarenta segundos, um desses casos, envolvendo trinta e três homens e uma adolescente de dezesseis anos, na comunidade do Barão, Zona Oeste do Rio de Janeiro, se tornou público, após a divulgação do vídeo com a legenda “amassaram a mina intendeu ou não intendeu”. A comoção do caso serviu para aprofundar a dimensão da cultura do estupro no debate sobre as violências sexuais, sendo identificada a partir dos estudos, vivências e pensamentos feministas. O desenrolar da discussão traz as informações divulgadas pela imprensa sobre o caso, em um debate que acentua o jogo discursivo de interpretações de comportamentos, no qual permeia a opinião pública e a relação dos movimentos feministas com as mídias sociais. Resultam em considerações as contribuições da produção de discursos dos movimentos feministas, que questionam as ‘normas’ que produzem a naturalização das violências sexuais contra as mulheres, indicando possibilidades e perspectivas de desconstrução da cultura do estupro. Ressalto a urgência de se considerar a análise da cultura do estupro a partir de um olhar intersecional, rompendo com a universalização da categoria gênero e atentando-se para as diferenças nas experiências de mulher.
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