Pd Prazeres dissidentes:
pornografia gorda nas redes digitais.
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-2140.2020.30592Palavras-chave:
Mulheres Gordas. Pornografia Gorda. Cibercultura. Feminismo. Prazeres Dissidentes.Resumo
Este artigo parte do debate acerca dos corpos gordos femininos, marcado pelo discurso normatizado socialmente, no qual a magreza é o cânone vigente. Quando um corpo não está dentro desse padrão, ou seja, corpo magro, tido como belo e saudável, é estigmatizado, sendo considerado feio, assexuado, anormal, doente, nojento, portanto, excluído socialmente. Esta discriminação é conhecida como gordofobia, preconceito que leva à exclusão social. Contudo, os prazeres dissidentes construídos por mulheres gordas no mundo virtual da pornografia nos chamam a atenção para novas práticas e desejos que transborda a sexualidade heteronormativa e propõe novas práticas sexuais. Com o objetivo de compreender a sexualidade mediada digitalmente com corpos dissidentes, no caso, mulheres gordas maiores em que se propõe uma nova prática sexual, acompanhei plataformas específicas, recolhi depoimentos sobre a sexualidade de algumas mulheres gordas e entrevistei atrizes super sizes nas redes digitais. Na análise realizada, foi possível perceber o corpo gordo feminino considerado “abjeto” transformando-se em um corpo de/para deleite, prescindindo da relação falocêntrica e encontrando, na contrassexualidade: existência, resistência, desejo e prazer.
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