POBREZA NO BRASIL: SOB A PERSPECTIVA DA ANÁLISE DE CLASSES

Resumo

O artigo trata do problema da pobreza no Brasil através da perspectiva do marxismo enquanto análise de classes. Está na agenda da discussão teórica e metodológica o objetivo de estabelecer outra forma de definir e mensurar o fenômeno da pobreza. A pobreza pode ser conceituada, avaliada e bem ponderada através da estratégia de análise de classes que utiliza o conceito de exclusão de ativos e sua ampliação criativa para a idéia de posições de classe destituídas. O objetivo é propor uma estratégia analítica que focaliza o que determina os resultados materiais obtidos pelas pessoas em uma economia de corte capitalista. O realismo crítico foi adotado como suporte meteórico. A hipótese é que um modelo de classes bem construído responde aos dilemas presentes no amplo campo do tema escolhido porque este tipo de perspectiva encontra respostas que estão arraigadas na estrutura social do mundo. Ao ser colocado em primeiro plano o tema geral da pobreza, a classe detém uma importância explicativa primordial porque o aspecto material é um dos principais fatores. Esse conhecimento é fonte essencial de informações para políticas públicas, não somente no que diz respeito aos tipos de políticas e serviços que devem ser adotados para a melhoria das condições de vida da população, mas principalmente para a promoção de mais justiça social. Para atingir esse propósito é indispensável avaliar quais os fatores que determinam as relações entre as posições sociais destituídas, as características dessas posições e as trajetórias que projetam os agentes nessas circunstâncias. O estudo sobre a pobreza com base no modelo da análise de classes também preenche um espaço importante no diagnóstico da estratificação e exclusão social desde a Sociologia clássica.

Palavras-chave: Pobreza. Classe. Posições de classe.