A CONSTRUÇÃO DO CRIME E DO CRIMINOSO: UMA ANÁLISE INTERACIONISTA
Resumo
A microssociologia, por meio de contribuições das perspectivas interacionistas, promove uma problematização do fenômeno do crime. Inseridas na polêmica levantada por esta escola, estão a construção do crime e do criminoso e a relação entre o comportamento criminoso e o processo de interação. A conduta criminosa é algo advindo da sociabilidade dos indivíduos, por meio do processo de interação estabelecido. É a partir da interação cotidiana e onipresente na vida dos indivíduos que as situações e identidades são definidas e que o contexto social como um todo é construído. O símbolo social criminoso, uma vez tomado como símbolo determinante numa relação social, responde também, enquanto um objeto decisivo, pelo comportamento do indivíduo em conflito com a lei. A reabilitação do criminoso se insere neste debate contrapondo-se, exatamente, ao processo de criminalização – do qual participa a segregação social do indivíduo por meio do sistema penal. O processo penal e criminal de um indivíduo, o qual torna público o seu ato, contribui para a transformação ou para a multiplicação de uma conduta. As ações punitivas e incapacitantes oferecidas pelo sistema prisional não são simplesmente uma estratégia inefetiva no quadro de propostas reabilitativas, mas contribuem para um processo de criminalização que favorece ao indivíduo, a ele submetido, fixar-se no self criminoso correspondendo a uma expectativa do social com relação a ele próprio. A defesa deste artigo é a de que a reabilitação do criminoso demanda um conjunto de esforços que apontam, dentre as várias esferas envolvidas, a manipulação dos símbolos presentes na interação entre os indivíduos tomados como criminosos, como determinante neste processo.
Palavras-chave: Interacionismo; Reabilitação; Sistema prisional.
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