REINVENTAR A NAÇÃO A PARTIR DA FÉ CATÓLICA DA RELIGIÃO, O CLERO E A POLÍTICA NA GUERRA CIVIL DE 1851
Resumo
Até meados do século XIX colombiano, os liberais ascenderam ao poder do Estado, onde lideraram uma série de reformas com a finalidade de modernizar o país, o que implicava destituir os velhos poderes das elites aristocráticas e da Igreja Católica, e a promoção dos valores laicos, democráticos e do nascente capitalismo como fundamentos da ordem social. Em meio a radicalização e militarização do conflito, a Igreja se identificou com o partido conservador, ambos sacralizaram a guerra ao anunciá-la como uma cruzada de redenção nacional e atualizaram a fé combativa e militante da tradição católica universal. O conservadorismo assimilou sua reivindicação da fé católica com a salvação da ordem político interna, uma forma de reinventar a nação desde sua postura tradicionalista e pré moderna, consistente em sua fundação desde os princípios do catolicismo. A não diferenciação do discurso conservador entre a Igreja e a religião, facilitou a incendiária participação do clero e do povo católico na guerra, mas a longo prazo complicou as relações entre a Igreja e o Estado. De igual forma, com a guerra, a atividade política se revestiu de um caráter messiânico e sagrado que marcou profundamente a vida política nacional, e foram visíveis as representações estreitas e recortadas de nação que construíram os partidos políticos, pois nelas não havia lugar para o contraditório. Não obstante que durante a Guerra dos Supremos (1839-1842) as motivações religiosas já haviam estado presentes, foi com a Guerra de 1851 que a Igreja colombiana inaugurou sua conflitiva relação com a modernidade, pelo menos desde a interpretação laicizante e anticlerical do liberalismo.
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