A DIFERENÇA E A DESIGUALDADE: REFLEXÕES TEÓRICAS SOBRE O ESTRANHAMENTO SOCIAL
Resumo
O presente trabalho sobre o fenômeno do estranhamento social começa com algumas reflexões teóricas gerais, na tentativa aplainar o terreno para uma melhor compreensão dos dilemas e conflitos que o mesmo provoca. Parte-se de uma discussão do texto “O Estranho”, no qual Freud busca compreender o que causa a sensação de estranhar algo. Passando para as contribuições de Georg Simmel, são trabalhadas suas reflexões sobre o estrangeiro, a vida urbana, etc. De Pierre Bourdieu, se faz recurso à sua teoria sobre classes sociais e espaço social, em especial a relação entre os espaços físico e social e a questão das lutas por distinção de classe e de hegemonia dentro de um campo. São discutidas também as análises sobre a diferenciação das esferas de valor, o desencantamento do mundo e os determinantes da sensação de pertencimento social em Max Weber, e a teoria do reconhecimento de Axel Honneth. Algumas características do “estranho” são ilustradas com o romance “O Estrangeiro”, de Albert Camus. A articulação dessas diferentes fontes forma o tronco comum a partir do qual se chega à distinção entre os dois pólos do estranhamento: a invisibilidade e o choque. O primeiro pólo é trabalhado partindo-se da concepção de que a invisibilidade social deriva diretamente do estranhamento de classe (como uma espécie de recurso anestésico), e o segundo privilegia o estranhamento intencional, seja encarado como uma atitude puramente disruptiva e/ou subversiva, seja como uma “luta por reconhecimento” de um determinado estilo de vida ou modo de agir.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Todos os artigos científicos publicados na CSOnline – Revista Eletrônica de Ciências Sociais estão licenciados sob uma Licença Creative Commons