Tuberculose Pulmonar no Brasil: uma análise epidemiológica das internações em uma década

Autores

Palavras-chave:

Sistema Único de Saúde, Tuberculose, Perfil de Saúde, Atenção Primária à Saúde

Resumo

Segundo a Organização Mundial da Saúde, dentre as doenças infecciosas, a tuberculose (TB) possui a maior mortalidade. Em 2018, cerca de 30% dos casos no Brasil foram diagnosticados durante a hospitalização por agravamento do quadro clínico, gerando ônus muito maiores ao Sistema Único de Saúde (SUS) comparados com tratamento e prevenção na Atenção Básica. Objetivou-se analisar o perfil epidemiológico das internações por tuberculose pulmonar (TP) no Brasil e nos estados, na última década. Trata-se de um estudo observacional, retrospectivo, de série temporal, realizado através do Sistema de Internações Hospitalares (SIH/DATASUS), de julho/2010 a julho/2020. Foram analisados ano de internação, idade, raça, gênero, caráter de atendimento e tempo de permanência hospitalar. Dispensa-se apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, por terem sido utilizados dados públicos sem identificação dos participantes. Foram registradas 100.028 internações por TP no Brasil, com média de permanência hospitalar de 24,8 (DP+/-5,7) dias e 85,9% dos atendimentos sendo realizados pelo SUS. A análise ano a ano demonstrou predomínio de homens (73,8%) e da raça parda (51,2%) em todos os períodos analisados. As faixas etárias mais prevalentes encontram-se entre 30-39 anos e 40-49 anos, correspondendo, cada uma, a 22% dos casos. Ao analisar os estados individualmente, observou-se maior concentração das internações (42,5%) em apenas três deles: São Paulo (20,3%), Rio de Janeiro (11,6%) e Bahia (10,7%). Os estados acompanham a prevalência nacional quanto ao gênero, raça e faixa etária, na maioria dos anos analisados. Entretanto, nos estados da região Norte (exceto Tocantins), há uma prevalência aumentada entre pessoas de 20-29 anos. Em todos os anos, a média de casos permaneceu constante (10 mil casos/ano). Evidenciou-se maior prevalência de TP entre homens, adultos, pardos, atendidos na rede pública, sem tendência à redução do número de casos/ano na última década, permanecendo um sério problema de saúde pública.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mateus Ribeiro de Almeida, Centro Universitário de Tecnologia e Ciências (UniFTC)

 Graduando em Medicina.

Larissa Almeida Oliveira Barbosa, Centro Universitário de Tecnologia e Ciências (UniFTC)

 Graduanda em Medicina.

Maria Luiza Silva Casé, Centro Universitário de Tecnologia e Ciências (UniFTC)

 Graduanda em Medicina.

Pedro Silva de Pinho, Centro Universitário de Tecnologia e Ciências (UniFTC)

 Graduando em Medicina.

Downloads

Publicado

2021-06-01

Edição

Seção

Resumos