Formação médica e saúde indígena: conexões em uma experiência de estágio eletivo

Autores

Palavras-chave:

Atenção Primária à Saúde, Saúde das Populações Indígenas, Assistência à saúde

Resumo

Segundo o Censo Demográfico de 2010, 896 mil pessoas se autodeclararam indígenas, sendo que destes, 63,8% residiam em área rural, a maior parte em terras indígenas oficialmente reconhecidas. Como referência nacional de assistência à saúde de povos indígenas para casos de alta complexidade, o Ambulatório do Índio é um serviço da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), que se constitui como uma porta de entrada e trabalha em uma lógica de coordenação do cuidado. Como objetivos, buscou-se descrever a experiência, a partir de um estágio eletivo realizado na graduação do curso de Medicina, no acompanhamento das atividades do Ambulatório do Índio da UNIFESP. Quanto à metodologia, trata-se de um relato de experiência organizado a partir da vivência de um estágio eletivo, proporcionado a partir do currículo da Faculdade de Medicina de Marília. A Unidade Educacional Eletiva contempla um período de quatro semanas, garantindo liberdade para que o graduando construa ativamente parte de seu currículo, orientado para o desenvolvimento de recursos cognitivos, psicomotores e afetivos. No relato de experiência, o estágio selecionado ocorreu no Ambulatório do Índio, onde foi possível acompanhar acolhimentos e projetos terapêuticos realizados com a equipe multiprofissional, considerando a participação das famílias. Durante o processo terapêutico do usuário, seja ele ambulatorial ou hospitalar, fazia-se presente um profissional de saúde capacitado em saúde indígena, para amenizar as barreiras linguísticas e culturais. Outro diferencial foram as visitas técnicas a outros serviços. Efetuava-se a integralidade como princípio, tanto na garantia de acesso como no olhar para as dimensões do cuidado. Em conclusão, a experiência no Ambulatório do Índio foi de suma importância para o processo de formação médica na graduação. Destaca-se a relevância de uma formação crítico-reflexiva, com olhar sobre a diversidade e efetivação de políticas e práticas que garantam o acesso à saúde de qualidade, de forma acolhedora, integral e intercultural, como aos indígenas.

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Biografia do Autor

Caio Tonholo, Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA)

Graduando em medicina.

Danielle Abdel Massih Pio, Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA)

Graduada em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Mestra pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp,. Doutora pelo Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva. Professora/supervisora/orientadora no Curso de Especialização em Psicoterapia de Orientação Psicanalítica da Faculdade de Medicina de Marília. 

Sofia Beatriz Machado de Mendonça, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Graduada em Medicina pela Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo e mestra em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Doutoranda em Saúde Coletiva no Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina, UNIFESP. Coordenadora do Projeto Xingu, programa de extensão universitária da Escola Paulista de Medicina e coordenadora da formação de pessoas em contextos interculturais.

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Publicado

2021-06-01

Edição

Seção

Resumos