Síndrome de Ekbom secundária a hipotireoidismo
Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Síndrome de Ekbom, HipotireoidismoResumo
O Delírio parasitário, também conhecido como Síndrome de Ekbom, é uma condição rara onde o paciente tem a convicção de que está com o corpo infestado por parasitas1. Geralmente, os pacientes iniciam um processo de automutilação, na tentativa de retirar os parasitas da pele2. É mais prevalente acima dos 50 anos de idade e as mulheres são mais afetadas que os homens1. Alguns casos estão associados às doenças orgânicas, como hipotireoidismo, diabetes, lesões corticais, intoxicações medicamentosas3. A importância do estudo de caso se deve à alta morbidade e dificuldades terapêuticas frente a essa síndrome. O objetivo foi relatar o caso de um paciente masculino com Síndrome de Ekbom (delírio parasitário) secundário a transtorno orgânico de hipotireoidismo. As informações foram obtidas por meio de revisão de prontuário, entrevista com o paciente e revisão de literatura. Quanto à descrição do paciente, este identifica-se pelo sexo masculino, 52 anos, casado. Procura a unidade básica de saúde relatando que há quatro meses está com lesões na pele, devido a tentativa de retirar parasitas que andam sobre todo o seu corpo. Ao exame físico, ulcerações em braços direito e esquerdo, bem como escoriações em tórax. Nega comorbidades e uso de medicações. Foi solicitado exames laboratoriais, o qual evidenciou TSH aumentado e T4 livre diminuído, recebendo o diagnóstico de hipotireoidismo clínico. Sem histórico de doenças psiquiátricas. Nega abuso de substâncias. Paciente foi encaminhado ao psiquiatra, em que foi diagnosticado com delírio parasitário (Síndrome de Ekbom). Foi prescrito para o paciente Levotiroxina, Pimozide e psicoterapia. A melhora do quadro clínico ocorreu em cinco semanas do início das medicações. Em conclusão, os sintomas e sinais clínicos do paciente correspondem a um transtorno delirante somático compatível com Síndrome de Ekbom. Ainda que seja uma síndrome infrequente, é importante conhecer suas características clínicas, para que assim se consiga fazer o diagnóstico e o tratamento adequado dessa condição.