O cuidado da obesidade, diabetes e hipertensão na APS durante a pandemia
Palabras clave:
Atenção Primária à Saúde, Obesidade, Diabetes Mellitus, Hipertensão, Pandemias, COVID-19Resumen
A Atenção Primária à Saúde tem como um de seus principais atributos ser porta de entrada de um sistema de saúde. Porém, durante a pandemia da COVID-19, o acesso aos serviços dessa rede de cuidados tornou-se limitado. Assim, demandas de consulta relacionadas às doenças altamente prevalentes no Brasil, como diabetes, hipertensão e obesidade, devem ser observadas. Objetivou-se analisar os impactos da pandemia sobre as demandas de atendimento à obesidade, diabetes e hipertensão na APS privada e identificar possíveis relações existentes entre tais condições. Foram colhidos dados de 380 consultas de pacientes conveniados que procuraram o serviço de APS ofertado por um plano de saúde privado. Selecionou-se indivíduos atendidos entre 14/07/2020 e 18/09/2020, de ambos os sexos e com idades entre 7 e 69 anos. Após seleção, registrou-se as cinco principais queixas de cada paciente, conforme a CIAP-2. A média de motivos por consulta por paciente foi de 2,44. Das 380 consultas analisadas, 123 envolviam, concomitantemente ou não, obesidade, diabetes e hipertensão. Dessas, somente 7 apresentavam uma das três queixas elencadas como motivo único da consulta. Isso revela que pacientes com tais comorbidades apresentam diversos agravos de saúde associados. A análise revelou que a obesidade domina o número de atendimentos (42), seguida por hipertensão (26) e diabetes (21). Diabetes e hipertensão são a combinação mais comum entre indivíduos mais velhos (49,94 anos), enquanto a obesidade tem média de idade menor (34,4). Percebe-se também que a faixa etária de incidência da obesidade é a mais abrangente (9 a 66 anos), implicando diferentes abordagens para a mesma doença. Em conclusão, as demandas de atendimento na APS privada relacionadas à obesidade, diabetes e hipertensão são variadas, incluindo diversas faixas etárias e cursando concomitantemente a outras queixas. No cenário atual, garantir o cuidado individualizado torna-se um desafio, demandando uso de novas tecnologias da saúde.