Perfil demográfico da tuberculose na população privada de liberdade entre 2016 e 2019 no Brasil
Palabras clave:
Atenção Primária à Saúde, Tuberculose, Prisioneiros, DemografiaResumen
A tuberculose (TB) ainda é um relevante problema de saúde pública, especialmente entre a População Privada de Liberdade (PPL). A doença é transmitida com maior facilidade em ambientes de alta densidade demográfica e, portanto, a PPL corresponde a uma das populações mais vulneráveis. Objetivou-se determinar o perfil demográfico e epidemiológico da tuberculose na População Privada de Liberdade no Brasil, entre os anos de 2016 e 2019. Trata-se de um estudo de caráter descritivo e quantitativo, a partir do SINAN (Sistema de Informações de Agravos de Notificação). As variáveis utilizadas foram sexo, raça, região de notificação, formas da doença e situações de encerramento. Foram processados 40.915 casos de TB entre a PPL, correspondendo a 11,2% dos casos totais. Os registros por sexo indicam 39.771 (97,2%) casos em homens, em contraste aos 1.142 (2,8%) em mulheres. Quanto à raça, a doença atinge predominantemente os Pardos (49,5%, seguido por Brancos (27,23%), Pretos (11,34%), Sem Informação (11,0%), Amarelos (0,64%) e Indígenas (0,28%). As regiões com maior incidência são Sudeste (49,4%), Nordeste (21,74%), Sul (12,98%), além de Norte (8,99%) e Centro-Oeste (6,89%). Em relação à forma da doença, os casos de TB pulmonar equivalem a 95,7%, enquanto os de TB extrapulmonar e casos mistos (pulmonar e extrapulmonar) correspondem a 3,23% e 1,01%, respectivamente. Por fim, embora tenham sido verificados 25.762 (62,96%) casos curados, houve 328 (0,8%) óbitos por tuberculose, além de 3.330 (8,13%) tratamentos abandonados. Em conclusão, os dados indicam a prevalência de casos de TB pulmonar em prisioneiros homens, pardos, da região sudeste. Destaca-se, portanto, a necessidade de maior prevenção, controle e recursos para o enfrentamento da tuberculose no cenário carcerário brasileiro.