O Acolhimento em Saúde Bucal na Estratégia de Saúde da Família, Fortaleza-CE: um relato de experiência
Palabras clave:
Acolhimento, Humanização da Assistência, Equidade em Saúde, Saúde BucalResumen
No contexto da integração ensino-serviço, o acolhimento em saúde bucal foi implementado a partir de 25 de março de 2008, em um Centro de Saúde da Família (CSF), na cidade de Fortaleza-CE, em virtude da grande necessidade de se organizar o processo de trabalho da odontologia e melhorar a relação entre a equipe de saúde bucal (ESB) e os usuários. O processo de acolhimento divide-se em três etapas. Primeiramente, seu objetivo é explicado aos presentes e com eles pactuam-se os critérios para definir a ordem de prioridade para o atendimento. Após o que se dividem adultos e crianças em diferentes espaços e em pequenos grupos, para os quais são realizadas ações de educação em saúde. Num segundo momento, é realizado o exame de necessidades em saúde bucal. Os alunos e dentistas dividem-se em duplas. Cada paciente é examinado e classificado de acordo com o risco a que o mesmo está exposto. Essa informação é registrada em um cartão, que depois de carimbado e assinado, é entregue ao paciente. No terceiro momento, de posse do cartão, o usuário dirige-se a outra sala para o agendamento da consulta, caso haja necessidade. Entre março e novembro de 2008 foram atendidos 2.385 usuários, entre os quais 404 (16,9 %) não possuíam necessidade (risco 0), 870 (36,4 %) teriam sua necessidade resolvida numa única sessão clínica (pronto-atendimento), 654 (27,4 %) possuíam necessidades múltiplas (risco 1), 133 (5,5 %) necessidades intermediárias (risco 2) e 324 (13,5 %) pequenas necessidades. Ao somarmos os valores de risco zero e pronto atendimento, identificamos que, 53,3 % dos usuários teriam suas necessidades odontológicas resolvidas no próprio acolhimento ou somente em uma única sessão clínica. Essa análise está sendo importante para o serviço, pois aponta para a necessidade de readequação do processo de trabalho.