Análise epidemiológica da sífilis adquirida nos anos de 2010 e 2018

Abstract

A sífilis é uma IST de caráter sistêmico e curável. É causada pelo Treponema pallidum e é transmitida por via sexual e vertical. A doença é denominada sífilis congênita, se transmitida ao feto, ou sífilis gestacional, se encontra-se presente durante a gravidez e sífilis adquirida, quando diagnosticada no restante da população. A partir do ano de 2010, as UBS passaram a notificar os casos de sífilis adquirida por meio da Portaria nº 2.472/2010 e, desde então, foi possível quantificar a doença. Atualmente, é considerada um problema de saúde pública no Brasil. Objetivou-se, com este estudo, conhecer o perfil epidemiológico da sífilis adquirida e analisar a sua evolução de 2010 e 2018. Este trabalho é um estudo transversal, a partir de dados coletados no DATASUS, no ano de 2010 e 2018, utilizando-se o programa Excel para elaboração dos gráficos. A taxa de detecção da doença no Brasil apresentou um aumento de 3.509,52% (2010-2018). Tais resultados são devido ao aumento do contágio e uma significativa evolução nos meios de detecção da doença (melhoria na gestão com o aprimoramento na informação pelo MS e o aumento na distribuição de insumos/testes de detecção). Observou-se, também, maior incidência da patologia no sexo masculino (2010:62,5% e 2018:59,5%) que no feminino (2010:37,5% e 2018:40,5%), pois esses fazem menos uso de preservativos na relação sexual. Por fim, todas as regiões brasileiras apresentaram significativo aumento na detecção da doença, sendo a região Sul a que mais se destacou (2010:1,2% e 2018:123,7%), por suas ações e campanhas apresentarem uma maior eficácia. Conclui-se que melhorias nas campanhas e ações, tanto de prevenção quanto de detecção, geram importante aumento no índice de detecção da doença, evitando agravos maiores. Isso não significa somente que as pessoas estão se infectando mais, mas que a detecção/notificação está eficiente e tornando-se rotina às vigilâncias.