Desafios da Atenção Primária à Saúde durante a pandemia da COVID-19 no Brasil: uma revisão integrativa da literatura
Keywords:
Atenção primária à saúde, COVID-19, Coronavírus, BrasilAbstract
A Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil visa acolher, individual e coletivamente, as demandas de saúde da comunidade que a unidade de atendimento abrange. No contexto de pandemia, devido à COVID-19, este serviço representa uma modalidade gratuita e universal de acesso à saúde. Este estudo objetiva levantar, na literatura, os desafios enfrentados pelos Centros de Saúde da APS para suprir as demandas específicas dos pacientes acometidos pela COVID-19. Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, guiada por uma pergunta norteadora, embasada nas etapas da metodologia PICo: (P) população; (I) interesse e (Co) contexto, permitindo organizar e sistematizar o tema estudado a partir da formulação de uma pergunta problema, de forma a selecionar criteriosamente os artigos na literatura. Dentro dessa metodologia, considerou-se os itens: População - Pacientes com COVID, Interesse - Capacidade de suprir demandas e o Contexto - Atenção Primária. O problema tido como guia foi "A Atenção Primária é capaz de suprir as demandas dos pacientes com COVID?". A busca foi realizada nas plataformas LILACS, MEDLINE, PubMed e SciELO. Foi obtida uma amostra de sete artigos, de acordo com os critérios de inclusão pré-estabelecidos. Considerando a análise dos artigos finais, observou-se que a APS tem seu potencial limitado diante da pandemia vigente, principalmente quando se analisa a escassez de investimento financeiro nesse setor. Dessa maneira, devido ao histórico de negligência, a APS apresenta falhas quanto à consolidação do teleatendimento, à distribuição de recursos, à organização e ao planejamento dos centros de saúde e à execução da vigilância epidemiológica. Todos esses fatores comprometem a prevenção e o tratamento da COVID-19, além de contribuir para a sobrecarga do sistema público de saúde brasileiro. Em conclusão, as dificuldades enfrentadas pela APS na pandemia da COVID-19 são reflexos da má gestão da saúde pública em um cenário anterior à tal crise sanitária.