Residências médicas e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no Brasil: uma análise da produção científica
DOI:
https://doi.org/10.34019/1809-8363.2025.v28.46930Palavras-chave:
Revisão de Escopo, Residência Médica, Objetivos de Desenvolvimento SustentávelResumo
Objetivo: Mapear e analisar a produção científica brasileira sobre a interface entre programas de residência médica e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com atenção especial aos recentemente propostos (18, 19 e 20). Método: Realizou-se uma revisão de escopo mediante busca sistemática em outubro de 2024 nas bases BVS, SciELO e Portal de Periódicos da CAPES. Resultados: A busca resultou em cinco estudos, abrangendo especialidades como Psiquiatria, Medicina de Família e Comunidade, Neurocirurgia, Atenção Básica e Medicina do Trabalho. A análise revelou uma produção científica incipiente, com convergências em ODS tradicionais, como saúde e bem-estar (ODS 3) e redução das desigualdades (ODS 10). No entanto, identificou-se uma lacuna crítica na abordagem explícita dos ODS recentemente propostos (18, 19 e 20). Uma análise contextual mais aprofundada demonstrou que conexões indiretas com igualdade racial (ODS 18) e direitos dos povos originários (ODS 20) estão presentes nos territórios de atuação das residências estudadas, embora não sejam nominadas. O ODS 19 (Arte, Cultura e Comunicação) permanece completamente ausente na literatura analisada. Conclusões: Os programas de residência médica no Brasil demonstram potencial para contribuir com a agenda dos ODS, mas operam de forma fragmentada. É necessária uma incorporação intencional e teórica dos objetivos expandidos, transformando as atuais relações contextuais em estratégias formativas deliberadas, a fim de potencializar seu papel na promoção de um sistema de saúde mais equitativo e sustentável.


