Dificuldade de comunicação entre surdos e profissionais de saúde na Atenção Primária
Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Auxiliares de Comunicação para Pessoas com Deficiência, Capacitação de Recursos Humanos em Saúde, Línguas de Sinais, SurdezResumo
Segundo a Constituição Federal de 1988, estão assegurados os direitos das pessoas portadoras de deficiências nos mais diferentes campos. No que se refere à Atenção Primária, uma comunicação efetiva entre usuários e profissionais se faz necessária para garantir a autonomia do paciente e a assistência integral à saúde. Nesse contexto, os pacientes surdos encontram-se desassistidos. Objetivou-se descrever as dificuldades encontradas por profissionais e surdos para a comunicação no serviço de saúde. Foi realizada uma revisão integrativa, com busca no banco de dados “Biblioteca Virtual em Saúde” com os descritores “Surdez” AND “Acesso aos Serviços de Saúde” AND “Línguas de Sinais”. Os critérios de inclusão foram: textos publicados entre 2015-2020, completos, gratuitos e sobre a população brasileira. Foram encontrados 46 artigos, submetidos aos critérios de inclusão e exclusão, resultando em 4 arquivos. Em seguida, os artigos foram lidos na íntegra e 3 foram incluídos por se adequarem ao tema. A principal dificuldade encontrada é a falta de capacitação dos profissionais para atenderem os surdos e o desconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), sendo necessário que o paciente esteja acompanhado de um familiar ouvinte ou intérprete. Nesses casos, ocorre a perda da autonomia e é comum que os pacientes se sintam ignorados. Outras alternativas são: escrita, mímica e leitura labial – sendo pouco eficientes, uma vez que nem todos os surdos dominam o português. Também se constatou que as mulheres sofrem mais, por frequentarem os serviços da Atenção Básica como preventivo e pré-natal. Dessa forma, muitos pacientes surdos procuram os serviços de saúde apenas em casos de doença e apresentam inseguranças quanto ao diagnóstico e à conduta após a consulta. Portanto, percebe-se que é necessário promover a aprendizagem da LIBRAS entre os profissionais de saúde, para garantir a comunicação adequada entre estes e os usuários surdos.