Projeto Vila Esperança: um relato de experiência

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Palavras-chave:

Atenção Primária à Saúde, Acesso aos Serviços de Saúde, Educação em Saúde, Promoção da Saúde, Prevenção de Doenças

Resumo

O Instituto de Ciências Biológicas 5 da Universidade de São Paulo (ICB5-USP) é uma unidade de saúde localizada na cidade de Monte Negro, Rondônia, e mantém um estágio optativo para acadêmicos do último ano de Medicina da UFMG. O trabalho aborda uma experiência de ampliação do acesso à saúde para uma população amazônica na zona rural deste município. Objetivou-se promover a assistência à saúde à comunidade Chacareiro, antes desassistida pela cobertura de uma equipe de saúde da família. Foi aplicado um inquérito clínico epidemiológico, juntamente ao cadastro das famílias, por prioridades (bandeiras verde, amarela e vermelha). Um canal de comunicação com a comunidade foi estabelecido via Whatsapp. Uma instalação foi cedida pela liderança comunitária para consultas e procedimentos ambulatoriais. Os equipamentos e insumos da unidade na zona rural foram cedidos pelo ICB5-USP. Ao total, foram cadastradas 50 famílias, com 108 pacientes consultados. Foram realizados 13 procedimentos, dentre os quais: eletrocardiograma (ECG), cirurgias ambulatoriais, citopatologia de colo uterino e visitas domiciliares semanais. Observamos uma prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) de 38,1%, cobertura vacinal de 50.5% e taxas de analfabetismo de 22.4%. Foram identificadas 4 famílias "bandeira vermelha", 16 "bandeiras amarelas" e 27 "bandeiras verdes". Em nosso trabalho, a distância de centros urbanos e a utilização de tecnologias como o Whatsapp e o ECG portátil foram, respectivamente, os fatores que mais dificultaram e facilitaram o acesso à saúde. A alta prevalência de DCNTs e de analfabetismo condizem com outros trabalhos na população amazônica de Rondônia, colocando em xeque preconcepções sobre o perfil epidemiológico desta população. Em conclusão, as iniciativas que visem a ampliar ou até mesmo tornar mais efetiva a cobertura dos serviços de saúde em regiões com maior vulnerabilidade devem, assim, observar e identificar os principais fatores que dificultam o acesso à saúde.

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Biografia do Autor

Arthur Gobbi de Lima, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Acadêmico da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais.

Bianca Joukhadar, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Acadêmica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais.

Marcelo Pellizaro Dias Afonso, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Médico de Família e Comunidade. Professor assistente do Departamento de Medicina Preventiva e Social, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais. Mestrado Acadêmico em Saúde Coletiva pela Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília (2016). Residência médica em Medicina de Família e Comunidade pelo Hospital Municipal Odilon Behrens de Belo Horizonte/MG (2014). Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (2009)

Marilia Faleiro Malaguth Mendonça, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Graduada em Medicina pela Escola de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto (2013). Especialista com residência em Medicina de Família e Comunidade pela UFOP (2016). Mestre em Promoção de Saúde e Prevenção da Violência pela UFMG (2020). Professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da UFMG desde 07/2017. Membro do Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas de Minas Gerais. Atuação especial: abordagem integral a mulheres em situação de violência e vulnerabilidade, determinação social em saúde, relação médico-paciente, método clínico centrado na pessoa.

Luís Marcelo Aranha Camargo, Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) - Universidade de São Paulo

Doutorado em Ciências (Biologia da Relação Patógeno-Hospedeiro) pela Universidade de São Paulo, Brasil(1999). Docente do Departamento de Parasitologia (ICB5-USP).

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Publicado

2021-06-01

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