Televigilância: tecnologia a serviço da vigilância de idosos em tempos de pandemia
Palavras-chave:
Atenção Primária à SaúdeResumo
Idosos e pessoas com comorbidades crônicas são as que mais apresentam complicações pela COVID-19. No Brasil, é comum que tais doenças acompanhem a senilidade, aumentando os riscos e justificando ações para detecção precoce da infecção neste grupo. Objetivou-se demonstrar a importância de um projeto de televigilância de idosos para o monitoramento da saúde e dos riscos de contágio nessa população. Trata-se de relato de experiência como televigilante, em projeto desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Natal e a Secretaria de Estado da Saúde Pública. Empregou-se formulário eletrônico contendo questões referentes a comorbidades, sintomas de gripe/COVID-19 e medidas de prevenção. Utilizando-se uma planilha do programa Excel, classificaram-se os indivíduos considerando três escalas: vulnerabilidade, epidemiológica e risco para COVID-19, sugerindo-se uma nova data para o próximo atendimento conforme a classificação. Realizaram-se ligações telefônicas para 56 idosos cadastrados na área adscrita da Unidade de Saúde da Família Nordelândia, em Natal/RN. Do total, 44,6% não foram monitorados em virtude de mudança de endereço ou número de telefone inexistente; 61,9% dos respondentes eram parentes dos idosos; 100% destes ou seus contatos domiciliares não estavam em isolamento, porém, seguiam as medidas de segurança recomendadas; 90,5% dos idosos apresentavam comorbidades e 9,5% contraíram a doença. Em conclusão, os televigilantes constituíram elos entre os idosos e seus familiares e a equipe de saúde de família, promovendo acesso à informação e levando as demandas apresentadas por eles à equipe de saúde. A importância de ações como esta consiste, fundamentalmente, na promoção da saúde e na prevenção de agravos à saúde de indivíduos pertencentes ao grupo de maior vulnerabilidade dentro de um cenário de incertezas.