Redes de atenção na mudança do ciclo de agressões femininas: revisão sistemática
Palavras-chave:
Violência contra mulher, SUS, violência por parceiro íntimoResumo
A violência por parceiro íntimo (VPI) é um problema social e de saúde pública, que apresenta elevadas taxas de morbimortalidade para a vítima e impacto negativo na qualidade de vida das pessoas agredidas. Assim, é necessário verificar os determinantes da eficácia das Redes de Atenção à Saúde (RAS) e das Redes de Atenção à Violência por Parceiro Íntimo (RAV) na VPI, para promover saúde a partir da prevenção de casos futuros, com a Atenção Primária à Saúde (APS) – principal forma de acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS) – coordenando fluxos e contrafluxos entre os níveis de atenção. Avaliar os facilitadores da eficácia das RAS e das RAV, na abordagem pela APS às vítimas de VPI do sexo feminino, com consequente transformação no ciclo de agressões. Procedeu-se uma revisão de literatura, com artigos brasileiros, em língua portuguesa, publicados entre 2010 e 2020, utilizando-se o método PRISMA, nas bases de dados online SciELO e LILACS, com os descritores (DeCS): “Violência por Parceiro Íntimo”, “Violência contra a Mulher” e “Atenção Primária à Saúde”. Foram analisados 41 artigos e, os resultados identificados para a otimização da eficácia das RAS e das RAV, iniciadas e orientadas pela APS, na abordagem às vítimas do sexo feminino que sofreram VPI, com consequente transformação no ciclo de agressões, são: (i) atenção da APS à mulher vítima de violência, com consequente coordenação das RAS e das RAV; (ii) diagnóstico da violência contra a mulher pela APS; (iii) capacitação permanente e formação continuada dos profissionais de saúde das RAS; (iv) mobilização social e (v) vigilância das ações intrassetoriais e intersetoriais – RAS e RAV. O estudo reforça a necessidade do acolhimento, suspeita e validação diagnóstica, cuidado, notificação e coordenação nas RAS e RAV dos casos de violência contra pessoas do sexo feminino através da APS.