Alimentação intuitiva na Atenção Primária: prática do nutricionista e percepção do usuário

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34019/1809-8363.2019.v22.26111

Palavras-chave:

Comportamento alimentar, Sistema Único de Saúde, Atenção Primária à Saúde, Nutrição em Saúde Pública

Resumo

O aumento de peso da população mundial tem levado a alterações no comportamento alimentar com o objetivo de reduzir a ingestão energética e consequentemente o peso. Porém, a restrição alimentar tem se mostrado não ser sustentável a longo prazo e ainda pode ser responsável pela falha das tentativas de emagrecimento. A alimentação intuitiva aparece como uma alternativa de modelo de alimentação que se relaciona ao bem estar físico e mental e pode ser orientada por um nutricionista. O objetivo do estudo foi observar a percepção dos usuários a respeito dos atendimentos nutricionais na lógica da alimentação intuitiva. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada através da aplicação de um guia de atendimento na lógica da alimentação intuitiva e de aplicação de um roteiro de entrevista pré-estruturado com os participantes da pesquisa. O estudo foi realizado em cinco Unidades Básicas de Saúde de um município do sul do Brasil. O guia de atendimento foi aplicado em 5 consultas quinzenais. A análise de dados foi realizada através de análise de conteúdo temática categorial. Participaram deste estudo 17 usuários selecionados de acordo com os critérios de inclusão. Destes, 5 (29,4%) desistiram da pesquisa durante o período de coleta de dados e 3 foram retirados devido às faltas nas consultas (11,8%) e por não ter respondido sobre o motivo da desistencia (5,9%). Para cada uma das respostas às perguntas do roteiro de entrevista pré-estruturado, foram identificadas de uma a cinco categorias. Sobre os motivos que levaram a pessoa a buscar o atendimento nutricional, foram identificadas as categorias “Saúde”, Estética, emagrecimento ou insatisfação corporal” e “Melhora da relação com a comida”. Em relação as expectativas sobre o atendimento, foram identificadas as categorias “informação nutricional”, “auxílio no emagrecimento” e “comer disfuncional”. Para as perguntas sobre o que o participante achou do atendimento nutricional e como descreveria a forma de atendimento foram identificadas as categorias “diferente do método tradicional”, “centrado na pessoa”, “surpresa por encontrar essa forma de atendimento no SUS” e “processo de autocnhecimento”. Sobre como a pessoa avalia o atendimento nutricional foi identificada a categoria “Expectativas superadas”. Em relação a como a pessoa se sentiu sendo atendida daquela forma, foram identificadas quatro categorias: “foco no emagrecimento”, “expectativa”, “centrada na pessoa” e “com melhoras na relação com o corpo e com a comida”. Para a pergunta como está a sua relação com a comida após o tratamento?, foram identificadas quatro categorias: “mentalidade de dieta”, “mudança de pensamento e atitude em relação a alimentação”, “autoconhecimento e consciencia alimentar” e “esperança de melhorar”. Podemos concluir que a alimentação intuitiva está alinhada com a humanização proposta no SUS e ao método clínico centrado na pessoa, além de ter sido bem aceita pelos participantes da pesquisa, e que se coloca como ferramenta para a promoção da alimentação saudável na APS de uma forma abrangente e humanizada. 

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Biografia do Autor

Amanda Brognoli Donini, Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)

Nutrionista pós-graduada em Saúde da Família.

Manuela de Faria Barcellos José, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Graduação em Nutrição - Universidade Federal de Santa Catarina. Especialista em Fisiologia do exercício aplicada à Clínica - Universidade Federal de São Paulo. Especialista em Saúde da Família - Residência multiprofissional - Universidade do Estado de Santa Catarina. Pós- graduada em Nutrição Esportiva funcional - Universidade cruzeiro do Sul. Pós- graduada em Fitoterapia funcional - Universidade cruzeiro do Sul.

Vanessa Siveira

Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional e Fitoterapia e Pós-graduada em Comportamento Alimentar.

Tatiane Meirelles de Deus, Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) - SMS Florianópolis

Nutricionista. Especialista em Saúde da Família. Especialista em Preceptoria no SUS.

Thaís Titon de Souza, Escola de Saúde Pública - SMS Florianópolis

Nutricionista. Doutora em Saúde Coletiva, mestra em Saúde Coletiva, especialista em Saúde da Família (Modalidade Residência), especialista em Preceptoria no SUS e especialista em Processos Educacionais na Saúde

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Publicado

2021-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

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