PLANEJAMENTO REPRODUTIVO EM CASAIS HOMOSSEXUAIS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
DOI:
https://doi.org/10.34019/1809-8363.2018.v21.15639Palavras-chave:
Homossexualidade, Planejamento Familiar, Atenção Primária à Saúde, Enfermagem em Saúde Comunitária.Resumo
Este estudo objetivou identificar a percepção do/a enfermeiro/a da Estratégia Saúde da Família acerca do significado de família homoafetiva e a necessidade de planejamento reprodutivo em casais homossexuais. Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa, realizada com enfermeiros/as da Atenção Primária em Saúde, do município de Juazeiro do Norte, Ceará, Brasil. Utilizou-se da técnica de entrevista semiestruturada para coleta de dados. Os discursos obtidos foram organizados conforme preceitos da análise de conteúdo de Bardin e analisados à luz da Teoria das Representações Sociais e literatura pertinente. Evidenciou-se que as ações programáticas de planejamento reprodutivo são direcionadas a um ideário familiar que não contempla as necessidades de casais homossexuais, em decorrência do preconceito e discriminação. Vislumbra-se ainda, a falta de preparo para lidar com algumas especificidades das uniões homoafetivas, o que repercute em uma atenção dispensada que não reforça o vínculo e a longitudinalidade da assistência. A heteronormatividade no contexto dos cuidados em saúde ainda representa um forte influenciador do cuidado, sendo que, muitas vezes, durante as ações programáticas da Estratégia Saúde da Família, inclusive frente ao Programa de Planejamento Reprodutivo, atitudes discriminatórias dos/as enfermeiros/as em razão da orientação sexual do usuário tornam-se evidentes, elevando nestes, a suscetibilidade à agravos.