Relação entre Controle e Tratamento Medicamentoso de Pacientes Atendidos pelo Programa de Hipertensão Arterial em uma Unidade Primária do Rio de Janeiro
Palavras-chave:
hipertensão, controle, atenção primáriaResumo
O estudo pretendeu avaliar o controle da hipertensão arterial sistêmica em pacientes de uma unidade de saúde básica do Município do Rio de Janeiro, acompanhados por um modelo de atendimento multidisciplinar e aqueles assistidos apenas por médicos, e verificar a relação com a gravidade da doença e o tratamento medicamentoso realizado. Os participantes foram selecionados aleatoriamente para cada grupo após a confirmação do diagnóstico com duas aferições da pressão arterial (PA) superiores ao limite proposto pelo Programa Nacional de Controle da Hipertensão Arterial - pressão arterial sistólica (PAS) ³140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica (PAD) ³ 90mmHg. Foram estudados os seguintes dados: sexo, idade, escolaridade, PA inicial, PA final e medicamentos utilizados, após cinco anos de acompanhamento. Os grupos eram homogêneos e comparáveis quanto à idade (p=0,20), à escolaridade (p=0,17), ao sexo (p=0,89), à PAS inicial (p=0,23) e à PAD inicial (p=0,11). Na admissão, predominaram pacientes com hipertensão controlada e com hipertensão moderada no grupo A (atendimento médico isolado); enquanto no grupo B (atendimento multidisciplinar), concentravam-se os pacientes com hipertensão leve e severa. Em ambos os grupos havia predomínio do uso de 2 ou mais medicamentos, não havendo diferença significativa nas frequências de distribuição (p=0,37). Embora, em ambos os grupos, a queda da PA tenha sido significativa (p< 0,0001), houve maior redução da PAS (p=0,004) e da PAD (p=0,0007) no grupo multidisciplinar do que no grupo tradicional. Embora houvesse, na admissão, mais pacientes com HAS controlada no grupo A (26,7%) em relação ao grupo B (8,65%), ao final do estudo, o controle da HAS foi maior no grupo B (45%) do que no grupo A (30%) (p=0,05). A abordagem da atenção multidisciplinar foi capaz de induzir um melhor controle da HAS e esse fato não pôde ser atribuído à menor gravidade dos pacientes ou ao maior número de drogas utilizadas.