Resenha

conceitos-chave em design

Resumo

Conceitos-chave do design, 208 páginas, publicado em 2008 pelas editoras PUCRio e Novas Idéias, é a mais recente contribuição do professor Luiz Antonio L. Coelho (organizador) para o campo do Design. O livro é destinado a todos sejam estudantes, iniciados, acadêmicos ou profissionais atuantes) que se interessam pelo Design, enquanto um campo específico do saber e cujos limites ainda são imprecisos, e pelos diversos outros campos com os quais o Design estabelece interfaces.

Luiz Antonio L. Coelho é professor do Departamento de Artes & Design da PUCRio e leciona para cursos de Graduação e de Pós-Graduação. Comprometido com a produção do saber no campo do Design, Luiz Antonio é autor de vários artigos científicos e organizador do livro Design Método, também publicado pelas mesmas editoras, em 2006. Os demais autores que contribuíram para a realização do livro Conceitos-chave do design são: Alberto Cipiniuk, Alexandre Farbiarz, Anamaria de Moraes, Cláudia Mont’Alvão, Denise Portinari, Edna Lucia Cunha Lima, Eliane Bettocchi, Frank Anthony Barral, Gustavo Bomfim, Jackeline Lima Farbiarz, João de Souza Leite, Joaquim Redig, José Luiz Mendes Ripper, Luciana Montenegro, Luiz Antonio de Saboya, Luiza Novaes, Marco Antonio Magalhães Lima, Marcelo Lins de Magalhães, Márcia Ponce de Leon, Nathalia de Sá Cavalcanti, Rafael Cardoso, Rita Maria de Souza Couto, Roberto Eppinghaus, Sheila Dain, Sívia Steinberg, Simone Formiga, Sydney Fernandes de Freitas, VeraDamazio e Vera Nojima.

A presente obra teve sua gênese em uma pesquisa iniciada em 1999 que procurou levantar os termos considerados relevantes pela comunidade acadêmica carioca usuária do universo vocabular do Design. Quais são os vinte termos do Design mais importantes para você? Foi a partir do desafio de se realizar um mapeamento desses termos que se deu o pontapé inicial para a formalização deste livro que apresenta 89 (oitenta e nove) termos conceituados por trinta verbistas e reunidos em oito grupos, a saber: (i) arte e estética; (ii) cultura e sociedade; (iii) tecnologia; (iv) produto; (v) comunicação visual; (vi) design (outros aspectos); e (vii) metodologia.

Além dos oitenta e nove verbetes conceituados em Português, apresenta as suas versões para o Francês e para o Inglês. É de se ressaltar que este valioso trabalho poderia ter se estendido também para o Espanhol. É louvável o esforço do organizador em apresentar uma rede de relações semântica e morfológica formada por outros termos não conceituados na obra, mas relevantes no contexto do Design. Ao todo foram definidas setenta e quatro famílias semânticas, organizadas a partir da identificação de um núcleo de sentido por família, e oitenta e duas famílias morfológicas, estabelecidas por meio de prefixos. Tais vocábulos complementares contribuem não só para criar uma rede que ratifica o Design como área interdisciplinar, mas, também, para apontar a possibilidade de novas pesquisas nesse mesmo sentido.

Engana-se quem pensa que a obra se trata de um dicionário. As conceituações não foram concebidas como um mero exercício de metalinguagem e estão longe de constituírem definições universais para os termos. Na verdade, embora alguns verbistas tenham procurado dar conta da etimologia das palavras ou de inserção histórica das mesmas, a preocupação maior de todos recaiu sobre a contextualização dos termos nas diversas modalidades do Design.

Cabe mencionar que os verbistas possuem distintas formações e inserções profissionais. Certamente esta é mais uma contribuição intrínseca ao trabalho: a diversidade. As conceituações não possuem um formato único de apresentação, tampouco se buscou um recorte espaço-temporal preciso de onde se extraem as mesmas. Os textos estão impregnados com as vivências dos autores, seus repertórios teóricos e práticos, o que nos autoriza afirmar que, ainda que se tenha buscado o delineamento dos termos básicos próprios do Design, trata-se de uma obra cujos termos foram abordados sem jamais desconsiderar as relações transversais do Design.