A figura da Pombagira: transgressão e empoderamento feminino
DOI:
https://doi.org/10.34019/2237-6151.2020.v17.30810Palavras-chave:
Pombagira, Feminino, Transgressão, Empoderamento, UmbandaResumo
RESUMO
Este artigo visa apresentar a figura da Pombagira, entidade da Umbanda, como símbolo de empoderamento feminino, abordando aspectos que constituem a entidade, e o próprio conceito de empoderamento feminino. A metodologia partiu da revisão de literatura, utilizando como marco teórico, os estudos de sociologia e antropologia da religião, em especial os de Reginaldo Prandi. A Pombagira, muitas vezes minimizada ao estereótipo de mulher vulgar, prostituta e amoral, contrasta com a visão submissa e “sexo frágil” da sociedade patriarcal. Mulher livre e destemida, a Pombagira assume seu papel transgressor e simbólico atuante no espaço religioso, influenciando a todos com quem tem contato, em especial, as mulheres, provocando inquietações com relação às expectativas limitantes impostas à elas.
Downloads
Referências
AVELINO, Rogério. O que é Umbanda: documentário. 2014. (53m19s). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=XAZY4scRm10&list=PLtsf1TqronRv7_fM0mAruiZvZ3qiDPCVe&index=7&t=0s>. Acesso em 04 nov. 2019.
BARBOSA JÚNIOR, Ademir. O livro essencial de Umbanda. São Paulo: Universo dos Livros, 2014.
BARROS, Mariana Leal de; BAIRRÃO, José Francisco Miguel Henriques. Performances de gênero na Umbanda: a Pombagira como interpretação afro-brasileira de “mulher”? Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, Brasil, n. 62, p. 126-145, dez. 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rieb/n62/2316-901X-rieb-62-00126.pdf>. Acesso em: 29 out. 2019
BEAUVOIR, Simone de. O Segundo Sexo: A experiência vivida. Tradução: Sérgio Millet. 2ª ed. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1967.
BEAUVOIR, Simone de. O Segundo Sexo: Fatos e Mitos. Tradução: Sérgio Millet. 10ª imp. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
COSTA, Oli Santos da. A Pombagira: ressignificação mítica da deusa Lilith. 2015. 126 f. Tese (Doutorado em Ciências Humanas). Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2015. Disponível em: <http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/781>. Acesso em: 18 set. 2019
CRUZ, Isabel Cristina Fonseca da. As religiões Afro-Brasileiras: subsídios para o estudo da angústia espiritual. Boletim NEPAE-NESEN, [S.l.], v. 12, n. 2, sep. 2015. ISSN 1676-4893. Disponível em: <http://www.jsncare.uff.br/index.php/bnn/article/view/2785/672>. Acesso em: 29 nov. 2019.
DRUMONT, Mary Pimentel. Elementos para uma análise do machismo. Perspectivas, São Paulo, 3: 81-85, 1980. Disponível em: <https://periodicos.fclar.unesp.br/perspectivas/article/viewFile/1696/1377>. Acesso em: 29 de nov. 2019.
ELIADE, Mircea. Imagens e Símbolos. Coleção Artes e Letras. Lisboa: Arcádia, 1979.
FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. Tradução: Coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante, 2017.
FERRETTI, Sérgio E.. Sincretismo afro-brasileiro e resistência cultural. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 4, n. 8, p. 182-198, jun. 1998.
FRANCHETTO, Bruna.; CAVALCANTI, Maria Laura V. C..; HEILBORN, Maria Luiza. Antropologia e Feminismo. In. FRANCHETTO, B.; CAVALCANTI, M.; HEILBORN, M.; SALEM, T. Perspectivas antropológicas da mulher 1. Zahar Editores, Rio de Janeiro, 1981.
GEBARA, Ivone. Direitos Sexuais, Direitos Reprodutivos e outros Direitos: uma conversa breve para lembrar coisas importantes. In: JURKEWICZ, Regina Soares (Org.). Teologia Fora do Armário: teologia, gênero e diversidade sexual. Jundiaí: Max Editora, 2019, p. 56 - 71.
GOMES, Brenno Fidalgo de Paiva.; SOUSA, Lílian Gabriella Castelo Branco Alves de. CARNEIRO, Rafael Gomes da Silva. “Acende teu fogo, mulher de poder!”: pombo gira e a construção da feminilidade no corpo médium. Seminário internacional enlaçando sexualidades, 2017. Disponível em: <https://www.editorarealize.com.br/revistas/enlacando/trabalhos/TRABALHO_EV072_MD4_SA1_ID611_22072017000428.pdf>. Acesso em: 21 set. 2019.
LAGOS, Nilza Menezes Lino “Arreda homem que aí vem mulher…”: representações de gênero nas manifestações da Pombagira. Dissertação (Pós-graduação em Ciências da Religião). UMESP. São Bernardo do Campo, 2007. Disponível em: <https://docplayer.com.br/23087041-Arreda-homem-que-ai-vem-mulher-representacoes-de-genero-nas-manifestacoes-da-Pombagira.html>. Acesso em: 20 set. 2019
MARI, Cezar Luiz de; GRADE, Marlene. O senso comum e a educação em Antônio Gramsci: dimensões singulares da práxis. In: MARI, C.; COELHO, E.; SANTOS, M. (orgs.). Educação e Formação Humana: múltiplos olhares sobre a práxis educativa. Curitiba: CRV, 2012, p. 119-130. Disponível em: <http://gepeto.ced.ufsc.br/files/2015/03/Capitilo-cezar.pdf> Acesso em: 22 set. 2019.
MARQUES, Melanie Cavalcante.; XAVIER, Kella Rivetria Lucena. A gênese do movimento feminista e sua trajetória no Brasil. IV Seminário Cetros, 2018. Disponível em: < http://www.uece.br/eventos/seminariocetros/anais/trabalhos_completos/425-51237-16072018-192558.pdf> Acesso em: 29 out. 2019.
MATTA E SILVA, W. W. Umbanda de Todos Nós. São Paulo: Ícone Editora, 2014. Disponível em: <https://pt.scribd.com/doc/149597593/W-W-da-Matta-e-Silva-Umbanda-de-Todos-Nos>. Acesso em 20 nov 2019.
NASCIMENTO, Adriano Roberto Afonso do.; SOUZA, Lídio de.; TRINDADE, Zeidi Araújo Trindade. Exus e pombas-giras: o masculino e o feminino nos pontos cantados da Umbanda. Psicologia em estudo, v. 6, n. 2, p. 107-113, Maringá, jul./dez., 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pe/v6n2/v6n2a15.pdf>. Acesso em 24 set. 2019.
NEGRÃO, Lísias Nogueira. Umbanda: Entre a Cruz e a Encruzilhada. Tempo Social, USP, São Paulo, vol. 5, 1993, p. 113-122.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ts/v5n1-2/0103-2070-ts-05-02-0113.pdf>. Acesso em 20 nov 2019
PORDEUS JR., Ismael A.. Espaço, tempo e memória na Umbanda luso-afro-brasileira. In: CAROSO, C.; BACELAR, J. (Org.) Faces da tradição afro-brasileira: religiosidade, sincretismo, anti-sincretismo, reafricanização, práticas terapêuticas, etnobotânica e comida. 2ª ed. Rio de Janeiro: Pallas; Salvador, BA:CEAO, 2006.
PRANDI, Reginaldo. Coração de Pombagira. Esboços: histórias em contextos globais. Florianópolis, v.17, n. 23, p. 141-150, jun. 2010. ISSN 2175-7976. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/esbocos/article/view/2175-7976.2010v17n23p141>. Acesso em 20 set 2019.
PRANDI, Reginaldo. Referências sociais das religiões Afro-Brasileiras: sincretismo, branqueamento, africanização. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 4, n. 8, p. 151-167, jun., 1998.
PRANDI, Reginaldo. Modernidade com feitiçaria: candomblé e Umbanda no Brasil do Século XX. Tempo social: Rev. Sociol. USP. São Paulo, 2(1):49-74, 1. sem. 1990.
SARACENI, Rubens. Orixá Pombagira: fundamentação do mistério na Umbanda. 7ª ed. São Paulo: Madras, 2018.
SILVA, Ana Elize Faria da.; CORREDATO, Kimberly Pugsley.; VERSA, Cezar Roberto. O movimento feminista na pós-modernidade: dificuldades e controvérsias. XIII Jornada Científica da UNIVEL, 2015. Disponível em: <https://www.univel.br/sites/default/files/conteudo-relacionado/o_movimento_feminista_na_pos-modernidade_dificuldades_e_controversias.pdf>. Acesso em: 29 out. 2019.
SILVA, Vagner Gonçalves da. Formação e dinâmica das religiões Afro-Brasileiras. In: DA SILVA, E.; BELLOTI, K.; CAMPOS, L. (Org.). Religião e sociedade na américa latina. UMESP, São Bernardo do Campo, 2010.
SOUSA FILHO, Alípio. Ideologia e transgressão. Psicologia Políticas, vol. 11, n. 22, p. 207-224, jul.-dez., 2011.
VIANA, Theyse. Umbanda e Candomblé: mulheres se fortalecem como lideranças nas religiões. Diário do Nordeste, 2019. Disponível em: <https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/metro/Umbanda-e-candomble-mulheres-se-fortalecem-como-liderancas-nas-religioes-1.2072251). Acesso em 20 de nov de 2019.
VIEIRA, Carolina Ferreira. Umbanda: estruturas e rituais. Trabalho de Conclusão de Curso - Bacharelado Interdisciplinar de Ciências Humanas, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2016.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A Revista Sacrilegens é um periódico de acesso aberto, licenciada sob a licença Creative Commons Attribution 4.0 International