No manto da santa, nas leis do Império: afrodescendentes livres e libertos na Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos pretos do Alto da Cruz, Vila Rica, 1780 – 1829

Autores

  • Andressa Antunes

DOI:

https://doi.org/10.34019/2237-6151.2019.v16.28837

Palavras-chave:

Irmandades, Devoção, Afrodescendentes

Resumo

A fim de renovar os apontamentos estatísticos acerca da composição demográfica da Irmandade de Nossa Senhora dos pretos do Alto da Cruz de Vila Rica e de promover uma discussão bibliográfica sobre o tema das confrarias e da presença afrodescendente na América Portuguesa, o presente artigo explora como fonte principal o Livro de Entrada e Anuais de Irmãos (1737-1829) da dita Irmandade, no qual chama atenção o grande número de irmãos e irmãs registrados como pardos, e o seu potencial investimento nas festividades de Santa Efigênia. Abordaremos trabalhos já conhecidos sobre o assunto, que apontam as intenções de distinção dos pardos no meio social e civil, através da determinação de um novo lugar ocupado: pardos livres e distintos, guardados pelo manto da santa (entidade religiosa católica).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGUIAR, Marcos Magalhães de. Tensões e conflitos entre párocos e irmandades na capitania de Minas Gerais. Textos de História: Revista de Pós-graduação em História da Unb, vol. 5, n. 2, p.43-100, 1997.
ANDRADE, Francisco Eduardo de. Cativeiros e enredos de libertação dos devotos de cor nas Minas da América portuguesa. Revista Brasileira de História das Religiões. ANPUH, Ano X, n. 30, Janeiro/ Abril de 2018 – ISSN 1938 – 2850. pp. 149-175.
ANDRADE, Francisco E. Os Pretos devotos do Rosário no espaço público da paróquia, Vila Rica, nas Minas Gerais. Varia História, Belo Horizonte, vol. 32, n. 59, p. 401-435, mai/ago 2016.
BHABHA, Homi K. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 1998;
BORGES, Célia Maia. Escravos e Libertos nas Irmandades do Rosário: Devoção e Solidariedade em Minas Gerais, Séculos XVIII e XIX. Juiz de Fora: UFJF, 2005
BOSCHI, Caio. Os leigos e o poder: Irmandades Leigas e Política Colonizadora em Minas Gerais. São Paulo: Ática, 1986
COSTA, Iraci Del Nero da. Vila rica: população (1719-1826). 1977. Tese (Doutorado em História). USP, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, 1977.
FERREIRA, Roberto Guedes. Escravidão e cor nos censos de Porto Feliz (São Paulo, Século XIX). Cadernos de Ciências Humanas - Especiaria. v. 10, n. 18; jul - dez. 2007, p. 508.
HALL, Stuart. Pensando a Diáspora: reflexões sobre a terra no exterior. In.Da Diáspora: identidades e mediações culturais. Org. Liv Sovik. Belo Horizonte: Editora UFMG, Brasília: Representação da UNESCO no Brasil, 2003.
MELLO E SOUZA, Marina de. Reis negros no Brasil escravista: história da festa de coroação do Rei Congo. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2002, pp. 160-164.
OLIVEIRA, Anderson José Machado de. Devoção e identidades: significados do culto de Santo Elesbão e Santa Efigênia no Rio de Janeiro e nas Minas Gerais no Setecentos, Topoi, v. 7, n. 12, jan.-jun. 2006, pp. 60-115;
POUTIGNAT, Philippe. Teorias da etnicidade. Seguido de Grupos étnicos e suas fronteiras de Frederik Barth. São Paulo: Fundação Editora UNESP, 1998.
PRECIOSO, Daniel . Os pardos forros e livres e Vila Rica: sociabilidade confrarial e busca por reconhecimento social (c.1727-c.1800). Opsis (UFG) , v. 8, p. 318-340, 2009.
SALLES, Fritz Teixeira. Associações religiosa no ciclo do ouro. Belo Horizonte: UFMG, 1963.
SANTANA, Frei José Pereira de. Os Dois Atlantes de Etiópia, 1735, p. 28-30
SCARANO, Julita. Devoção e escravidão: a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos no Distrito Diamantino no século XVIII. 2. ed. São Paulo: Ed Nacional, 1978
SILVA, Luiz Geraldo. Afrodescendentes livres e libertos e igualdade política na América portuguesa. Mudança de status, escravidão e perspectiva atlântica (1750-1840). Almanack. Guarulhos, n. 11, p. 571-632, dezembro de 2015.
SILVA, Luiz Geraldo. “Esperança de liberdade”. Interpretações populares da abolição ilustrada (1773-1774). Revista de História, São Paulo: Departamento de História/USP, 2001, n. 144, p. 107-49.
SILVEIRA, M. A. Acumulando forças: luta pela alforria e demandas políticas na Capitania de Minas Gerais (1750-1808). Revista de História, São Paulo, v. 158, p. 131-156, 2008. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/19077/21140 . Acesso em: 05 nov. 2015.
SILVEIRA, M. A. Narrativas de contestação. Os Capítulos do crioulo José Inácio Marçal Coutinho (Minas Gerais, 1755-1765). História Social, Campinas, v. 17, p. 285-307, 2009. Disponível em:http://www.ifch.unicamp.br/ojs/index.php/rhs/article/view/288/261. Acesso em: 23 mar. 2017
SOARES, Marisa de Carvalho. Devotos da cor: Identidade étnica, religiosidade e escravidão no Rio de Janeiro, século XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.

Downloads

Publicado

2019-10-22

Como Citar

ANTUNES, A. . No manto da santa, nas leis do Império: afrodescendentes livres e libertos na Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos pretos do Alto da Cruz, Vila Rica, 1780 – 1829. Sacrilegens , [S. l.], v. 16, n. 1, p. 250–263, 2019. DOI: 10.34019/2237-6151.2019.v16.28837. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/sacrilegens/article/view/28837. Acesso em: 19 abr. 2024.