A tradição narrativa mítica como paradigma narrativo no Cinema “secular” Indiano

Autores

  • José Abílio Perez Júnior

Palavras-chave:

Mito, Cinema indiano, Hinduísmo

Resumo

Teço, aqui, uma reflexão em torno da relação entre as narrativas míticas da tradição indiana,
principalmente as fontes épicas e purânicas, em sua relação com a elaboração de narrativas no
cinema contemporâneo de entretenimento que não possui temática diretamente religiosa. Nosso
foco é a leitura de duas produções recentes, Mangal Pandey (2005) e Robô (2010), um filme
histórico e uma ficção científica, respectivamente. O que se pode observar em ambos os filmes é
que narrativas míticas são utilizadas como referências para a elaboração de situações dramáticas,
havendo citação direta às fontes míticas, embora tal apropriação seja feita de modo livre, como
recriações. Conclui-se que o cinema, expressão maior da modernidade, filia-se a uma longa
tradição narrativa que podemos traçar, ao menos, até o hinduísmo clássico (séc. II a.C. a VII
d.C). Considera-se, ao final, que tal recurso à tradição narrativa purânica e épica pan-indiana,
pode contribuir para pensar-se a forte identificação do cinema indiano com seu público interno,
ao mesmo tempo que não se expande com facilidade para outros contextos culturais.

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Referências

BIBLIOGRAFIA

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FILMOGRAFIA

ENTHIRAN (Robô). Roteiro e direção: S. Shankar. Produtora: S. Pictures. (India). DVD. 2010.
MANGAL PANDEY (O Motim). Direção: Ketan Mehta. (India). DVD. 2005.

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Como Citar

PEREZ JÚNIOR, J. A. . A tradição narrativa mítica como paradigma narrativo no Cinema “secular” Indiano. Sacrilegens , [S. l.], v. 8, n. 1, 2011. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/sacrilegens/article/view/26529. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

Temática Livre