O uso de ducha retal e a sucesptibilidade de infecção por ISTs
Palavras-chave:
ISTs, ducha retal, HSHResumo
Este trabalho pretende compreender como a ducha retal pode afetar a microbiota local e dessa forma entender como o sexo anal receptivo deixa o indivíduo mais susceptível a ser infectado por ISTs. Demonstrar benefícios ou malefícios do uso de ducha retal na higiene anal. Foi utilizado revisão literária usando a base de dados PubMed e Scielo a fim de identificar artigos em consonância com o tema proposto, dos últimos 5 anos, com texto completo gratuito. Os descritivos chave incluíram “ducha retal”, “enemas retais”, “ducha retal e sexo anal”, “enemas retais e sexo anal”. Sabe-se que o reto é utilizado na relação sexual anal, e que por vezes esse pode apresentar matéria fecal, o que durante a relação anal é considerado indesejável. Na comunidade Lésbica, Gay, Bissexual e Transsexual (LGBT) a limpeza retal é conhecida como “chuca”, nesse sentido, em uma rápida busca no youtube, com o descritivo “Como fazer a chuca”, podemos encontrar vários vídeos explicando sobre e alguns com mais de meio milhão de visualizações até o momento dessa pesquisa. Uma pesquisa realizada em 16 cidades dos EUA com quase 5.000 homens que fazem sexo com homens (HSH) recrutados em por meio de anúncios em banner de dois dos maiores sites gays do país, demonstraram que 88% dos entrevistados que praticavam a “chuca”, ou seja, a limpeza retal. As duchas retal são comercializadas e algumas são vendidas como “enema” ou “higienizador íntimo”, algumas contém um conteúdo específico como glicerina, fosfato de sódio, óleo mineral e outras oferecem apenas o refil para o indivíduo preencher com o líquido desejado e fazer o uso. O sexo anal tem um potencial de ocasionar lesões mecânicas maior se comparado com o vaginal, nesse sentido, o uso de ducha retal pode lesar o tecido epitelial do reto, todavia, estudos realizados por ACHTERBERGH, indicam que o uso de ducha retal não está associado a infecção pelas ISTs clamídia e gonorreia apesar de no mesmo estudo demonstrar que HSH apresentam altos valores de prevalência para as ISTs. KELLEY demonstrou que indivíduos após o coito anal que são HIV negativos, produzem uma maior quantidade de citocinas bem como INFγ, TNFα e IL-17, ademais observou-se também a maior expressão de CD38 em células T CD4 + para áqueles que fazem o uso da ducha retal. Pode-se observar que apesar da ducha retal lesar o tecido epitelial do reto, não existe uma relação do seu uso com uma maior susceptibilidade a infecção por ISTs, apesar de HSH serem prevalentes para ISTs, o que pode estar relacionado com outros fatores que não ao uso da ducha retal.
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