Transexualidade no Brasil

as dificuldades de uma vida não vivida

Autores

  • Ana Luiza Junqueira Alves Universidade Federal de Juiz de Fora - campus avançado Governador Valadares

Palavras-chave:

Transexuais, SUS, Direitos Fundamentais

Resumo

Partindo da ideia de que uma pessoa trans, por ter nascido no gênero diferente do qual se identifica, poderá precisar ao longo da vida, de procedimentos de saúde, e que o SUS é a maneira concreta de efetivação desse direito fundamental no Brasil, é preciso entender qual o papel do Estado na vida dos transexuais, bem como o da sociedade e da família nesse percurso. Assim, o objetivo é mostrar de forma clara as dificuldades enfrentadas pela população transexual, através de dados, no que tange ao atendimento de suas necessidades pelo Sistema Único de Saúde, bem como as expectativas de vida, projeções etc. A metodologia utilizada se deu por meio de revisões bibliográficas e análise de dados específicos dessa parcela populacional no Brasil. Os resultados desse estudo permitem entender que, o Ministério da Saúde, em uma cartilha de 2015, coloca que o SUS “trabalha as e os transexuais (mastectomia e histerectomia para homens trans), no que diz respeito ao tratamento psicológico e endocrinológico. Mas o tempo que os hospitais e os ambulatórios levam para serem habilitados,[...] faz com que muitas pessoas trans [...] desenvolvam uma ansiedade e uma angústia que se reflete na fase adulta. É possível que, no fim de todo esse processo de reestruturação dos hospitais e dos ambulatórios, muitos desistam da cirurgia por causa de um longo processo depressivo e exaustivo ocasionado pela espera.”. Outro problema grave percebido foi a discriminação com a população trans. O próprio Ministério Público, em 2015, coloca que “cerca de 90% das adolescentes trans migram para a prostituição nas ruas devido aos abusos psicológicos e, muitas vezes, físicos sofridos nas escolas, que as afastam também do ambiente escolar. Em virtude da falta de apoio familiar e da ausência daqueles que se diziam amigos, muitas acabam nas mãos das cafetinas para se proteger da violência nas ruas.” Nesse aspecto, viu-se também que a expectativa de vida de travestis e transexuais no Brasil é, em média, 35 anos enquanto a população geral em 2013 é de 74,9 anos. E que “as maiores causas para esse grande índice de mortalidade são: violência transfóbica, infecção por HIV/AIDS e intervenções médicas clandestinas²”.

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Publicado

2025-05-20

Como Citar

ALVES , A. L. J. . Transexualidade no Brasil: as dificuldades de uma vida não vivida. Revista de Ciência, Tecnologia e Sociedade, [S. l.], v. 3, n. 1, 2025. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/rcts/article/view/48312. Acesso em: 5 dez. 2025.