Avaliação do Programa de Controle Vetorial da doença de Chagas na Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares

Autores

  • Girley Francisco Machado Assis Universidade Federal de Juiz de Fora - campus avançado Governador Valadares
  • Chimene Faustino Maia Campos Universidade Federal de Juiz de Fora - campus avançado Governador Valadares
  • Talita Ramos Siqueira Universidade Federal de Juiz de Fora - campus avançado Governador Valadares

Palavras-chave:

barbeiros, doença de Chagas, controle vetorial

Resumo

Após o processo de descentralização das ações do programa de controle da doença de Chagas no Brasil, os municípios assumiram a responsabilidade do controle vetorial sob a supervisão das Superintendências Regionais de Saúde (SRS). Diante disto, fica a cargo dos moradores das áreas endêmicas capturar os triatomíneos presentes no intra e peridomicílio e enviá-los para os laboratórios regionais para identificação e exames. A SRS de Governador Valadares atende atualmente 51 municípios da mesorregião do Vale do Rio Doce, no Leste de Minas Gerais, estando todos na fase de vigilância epidemiológica do programa de controle. Diante deste cenário o objetivo deste projeto foi determinar a ocorrência e a positividade de infecção pelo Trypanosoma cruzi em triatomíneos de 51 municípios da região do Vale do Rio Doce, MG, no período de 2017 a 2018, e propor ações para o aprimoramento da vigilância epidemiológica regional. No período em análise foram encaminhadas 570 notificações a SRS/GV, sendo constatado 27 (4,7%) insetos filófagos, 33 (5,8%) predadores e 510 (89,5%) hematófagos. Dentre os insetos hematófagos, foram identificadas cinco espécies de triatomíneos, sendo predominante a captura de T. vitticeps (312) seguido de P. megistus (115), P. diasi (79), R. neglectus (3) e P. geniculatus (1). Quanto ao local de captura, constatou-se que 326 (64%) triatomíneos foram capturados no intradomicílio, 172 (33,7%) no peridomicílio e 12 (2,3%) não foram informados. Quanto ao estádio evolutivo, 480 (94%) insetos eram adultos e 30 (6%) eram ninfas. Vale ressaltar ainda o encontro de ninfas das espécies T. vitticeps e P. megistus colonizando o intradomicílio das residências. Quanto a infecção pelo T. cruzi, 36,6% (158/432) dos insetos examinados apresentavam a infecção, sendo novamente a espécie T. vitticeps a que apresentou maior taxa de infecção natural e a maioria dos exemplares capturados dentro da residência. Vale ressaltar ainda que neste período 44 municípios distintos apresentaram notificações de triatomíneos e apenas 7 municípios permaneceram silenciosos (Alvarenga, Coroaci, Nova Belém, São João da Manteninha, Sardoá, Mantena e Santa Efigênia de Minas). A espécie T. vitticeps continua sendo a espécie predominante na região e com altas taxas de infecção natural pelo T. cruzi e predominantemente capturada no intradomicílio. A presença de ninfas no intradomicílio revela claramente o processo de colonização deste espaço pelas espécies vetoras e reforça ainda mais a necessidade de aprimoramento da vigilância epidemiológica na região.

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Publicado

2025-05-20

Como Citar

ASSIS, G. F. M. .; CAMPOS, C. F. M. .; SIQUEIRA, T. R. . Avaliação do Programa de Controle Vetorial da doença de Chagas na Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares. Revista de Ciência, Tecnologia e Sociedade, [S. l.], v. 3, n. 1, 2025. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/rcts/article/view/48130. Acesso em: 5 dez. 2025.

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