Efeito antibacteriano do cimento de ionômero de vidro modificado por nanopartículas de quitosana

Resumo

Os cimentos de ionômero de vidro (CIVs) possuem atividade cariostática e redução da acidogenicidade do biofilme de Streptococcus mutans. Porém, a incorporação de novos compostos pode melhorar as propriedades antibacterianas. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi investigar o efeito antibacteriano contra S. mutans do CIV anidro pela incorporação de nanopartículas de quitosana (ChNPs), adicionadas ao líquido do material em diferentes porcentagens. As nanopartículas de quitosana foram sintetizadas por geleificação iônica (3,85 mg/mL). No momento da espatulação, o líquido do cimento foi modificado com ChNPs em diferentes porcentagens em volume (v/v%), formando 6 grupos: 0% ChNPs (controle), 10% ChNPs, 25% ChNPs, 50% ChNPs, 80% ChNPs e 100% ChNPs. Placas de petri contendo Agar Mitis Salivarius foram semeadas com inóculo de S. mutans (UA 159) e 6 poços foram confeccionados em cada placa para inserção dos cimentos, de acordo com cada grupo, com auxilio da seringa Centrix. As placas foram mantidas durante 1 h para difusão das substâncias e incubadas por 48 h a 37°C, sob microaerofilia. Após, os halos de inibição ao redor dos cimentos foram medidos utilizando-se um paquímetro digital. Os dados foram analisados por ANOVA e Tukey (=0,05). O grupo com 100% de ChNPs apresentou os maiores valores de halo de inibição contra S. mutans, com diferença estatisticamente significante entre os outros grupos (p= 0,04). Não houve diferença significante para os valores dos halos de inibição entre os outros grupos. Pode-se concluir que a substituição do líquido do CIV por ChNPs pode melhorar a atividade antimicrobiana do cimento.