Mulheres Negras e Lésbicas na Sociedade Brasileira
uma perspectiva interseccional
Palabras clave:
Interseccionalidade, Lesbofobia, Mulheres negras, RacismoResumen
Carla Akotirene define o termo interseccionalidade como uma ferramenta metodológica elaborada pelas feministas negras e usada para pensar a inseparabilidade estrutural do racismo, capitalismo e cisheteropatriarcado, sendo “Mulheres, raça e classe” da Ângela Davis um dos livros mais importantes para a compreensão desse conceito. Ela critica a falta de entendimento da realidade e das demandas da mulher que sofre discriminação de gênero e raça pelos movimentos feministas liderados por mulheres brancas. Isso porque houve a universalização da categoria mulher de acordo com a realidade da mulher branca, ignorando que há diferentes formas de se experimentar ser mulher na sociedade a depender de suas características. A partir dessa concepção analisamos a condição da mulher negra e lésbica na sociedade brasileira, sob a ótica da interseccionalidade e da historicidade com o objetivo de fazer uma análise que compreenda os múltiplos sistemas que oprimem essa mulher, visto que o entrecruzamento de opressões a torna um grupo vulnerável no país. Nesse sentido, desenvolvemos como a análise isolada de questões como o racismo, a desigualdade de gênero e a homofobia resulta na falta de uma legislação protetiva que não permite evidenciar a real condição discriminatória dessa população. Assim sendo, há a invisibilização dessas mulheres interseccionais, o que provoca falhas no assistencialismo desse grupo, causando, dessa maneira, a infringência de direitos fundamentais devido à ausência de dados concretos acerca desse segmento da população. Por esse motivo, é imprescindível que as identidades sociais da mulher negra e lésbica sejam consideradas integralmente na coleta de dados e na formulação de políticas públicas, pois a omissão do Estado nesse quadro reafirma que os privilégios que certos indivíduos possuem, produzem a subalternidade de outros, nesse caso, da população negra-lésbica. Essa negligência somada a formação de estereótipos que recusam as características da mulher negra têm impacto na sua construção identitária e na sua saúde psicológica. Desse modo, elucidamos como essa sobreposição de identidades sociais operam conjuntamente e destacamos a emergência do pensamento feminista negro, visto que sua construção parte das necessidades dessas mulheres, evidenciando a pluralidade de existências a partir da discussão da realidade desse grupo que foi por tanto tempo invisibilizado.
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Derechos de autor 2025 Paloma Camargos de Quadros, Rafaela Aguiar Salviano de Faria

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