A constituição dos direitos das mulheres a partir das contribuições de Bertha Lutz
Palabras clave:
feminismo, Bertha Lutz, direitos das mulheresResumen
A História, ao se submeter à análise do presente pelo passado e do passado pelo presente (BLOCH, 2001), sob continuidades e rupturas, tende a ser reinterpretada. Como a percepção de passado comporta modificações de curta, média e longa duração, essas “revisões históricas” devem possuir compromissos dogmáticocientíficos (CAPELATO, 2016), assim como potencializar a compreensão e o reconhecimento de uma orientação historiográfica factual, complexa e contingente, em vez de adepta a discursos e singularidades absolutos (CATTONI DE OLIVEIRA, ALVES, 2011). Nas décadas de 1970 e 1980, o contexto da historiografia internacional – acredita-se que pela influência da história política, cultural e social de outros países, em especial da França (GOMES, 2008) –, associado ao interesse de historiadores em “novos temas, novos objetos e novas fontes” depois do período da redemocratização, provocou uma crise de paradigmas nas Ciências Sociais brasileiras (CAPELATO, 2016). Com base nisso, esta pesquisa busca compreender as interpretações que consideraram ou desconsideraram a constituição dos direitos das mulheres a partir das contribuições (e não apenas) da Bertha Lutz, observando que movimento feminista não se restringia a ela e/ou à Federação Brasileira para o Progresso Feminino (FBPF). Assim, sem ignorar que não se trata de uma história de poucas mulheres a realizar grandes feitos (FRACCARO, 2018), acredita-se ser possível recapitular esse processo escovando a história a contrapelo (BENJAMIN, 1987) e, com isso, conferindo-lhe o direito ao passado (PAOLI, 1992). Isso porque pretende-se não reproduzir uma narrativa histórica que desmereça as suas lutas políticas voltadas para as conquistas de direitos. Em suma, considera-se importante não perpetuar o tradicional apego excessivo pela história oficial por meio do estudo de processos sociais visíveis, como a aproximação da organização que aquela liderava com sindicatos como o Sindicato de Tipógrafos e Taquígrafos, e até invisíveis, como relações pensadas com recorte de sexos (HIRATA, 2011).
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Derechos de autor 2025 Otávio Lopes de Souza

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