Hierarquia de moeda e comércio regional

lições da união europeia de pagamentos para o Mercosul

Resumen

O sistema monetário e financeiro internacional (SMFI) contemporâneo é caracterizado por taxas de câmbio flutuantes, pela ampla mobilidade de capitais e por uma hierarquia de moedas que tem o dólar norte-americano como núcleo. De fato, nesse sistema, o dólar norte-americano constitui a moeda-chave, a partir da qual se posicionam de maneira hierarquizada as demais moedas: primeiramente, as moedas centrais (euro, iene, libra, etc.), e, na sequência, as moedas periféricas emitidas pelos países em desenvolvimento. O objetivo desta pesquisa de iniciação científica foi identificar os impactos da hierarquia de moedas na dinâmica econômica das nações que compõem a periferia do capitalismo global. Para tanto, foi realizada uma pesquisa descritiva de caráter bibliográfico e documental. Neste percurso, houve uma observância em fontes de informações secundárias, estas relativas a textos produzidos por estudiosos da área de Economia Internacional, Economia Política Internacional, Macroeconomia e Relações Internacionais. Verificou-se que a dimensão hierárquica do SMFI - usualmente negligenciada pela teoria econômica convencional, de cunho neoclássico -, além de sujeitar os países periféricos à maior vulnerabilidade externa e à maior instabilidade das taxas de câmbio e de juros, também afeta o comércio entre essas nações, já que o uso de divisas na liquidação das trocas pode gerar barreiras comerciais significativas. Sendo assim, o exame dos desafios do projeto integracionista sul-americano, dentre os quais o fortalecimento do Mercosul (Mercado Comum do Sul), não pode desprezar os impactos da assimetria monetária no comércio regional.