Espectrofotometria e diferentes técnicas de clareamento dental

análise clínica ao longo do tempo da estabilidade de cor e sensibilidade dentária

Resumen

A busca pela perfeita harmonia de forma e cor dos dentes, promoveu um aumento nas diversas alternativas para melhoria da estética dentária, para o tratamento das alterações cromáticas, o procedimento mais utilizado atualmente é o clareamento dental, que consiste na atenuação da cor. A etiologia e localização das alterações de cor do elemento dental são diversas podendo ser intrínsecas ou extrínsecas. As consideradas extrínsecas, se situam na superfície externa do elemento dental, tendem a se formar em áreas dentais de menor acesso à escovação e a ação abrasiva das pastas dentais. podem, geralmente, ser adquiridas por bactérias cromogênicas, pelo acúmulo de placa, pelo tabaco ou pela ingestão frequente de alimentos com pigmentos corantes. Estas podem ser removidas por procedimentos profiláticos e polimentos dentais. Em relação, as alterações de cor intrínsecas, podem estar localizadas no esmalte dental e/ ou na estrutura dentinária. No esmalte dentário, poderão se removidas com a aplicação de procedimentos microabrasivos, no tecido dentinário são indicados procedimentos clareadores internos (dentes desvitalizados) ou externos (dentes vitalizados). Fundamentalmente, em se tratando de clareamento externo de dentes vitalizados poderemos considerar a existência de três opções clínicas a serem aplicadas para o restabelecimento da coloração dental, entre eles: o clareamento dental com peróxido de carbamida acoplado em moldeiras de acetato, que é realizado pelo próprio paciente a domicílio, mas supervisionado pelo profissional, e que utiliza um agente clareador em baixa concentração; o clareamento em consultório, que emprega agentes clareadores em altas concentrações; e o clareamento que associa ambas as técnicas. Independente da técnica, o mecanismo de ação dos agentes clareadores é o mesmo, pois eles funcionam como veículos de radicais de oxigênio. A grande instabilidade dos radicais quando em contato com os tecidos, promovem ora oxidação, ora redução dos pigmentos incorporados a eles. Esses pigmentos (macromoléculas) vão sendo "fracionados" em cadeias moleculares cada vez menores e acabam, no final do processo, sendo total ou parcialmente eliminados da estrutura dental por difusão. Portanto, o clareamento dental consiste na atenuação da cor dos dentes através do uso de agentes químicos, peróxido de carbamida como de peróxido de hidrogênio, que apostam na permeabilidade do esmalte para atuarem. Logo, a eficácia do procedimento clareador é verificada através do registro de cor. A tecnologia pode ajudar na mensuração exata da cor, através do uso de espectrofotômetros desenvolvidos para descrever matematicamente a percepção de uma determinada cor, mesmo o com os desvios previstos entre cada observador humano. Diante do exposto, presente estudo in vivo, teve como objetivo comparar clinicamente, de forma objetiva, por meio do uso do espectrofotômetro, a eficácia do efeito clareador e a estabilidade de cor, entre três diferentes técnicas de clareamento dental (consultório, supervisionado, associado), além de avaliar a sensibilidade dentinária por meio de uma escala subjetiva ao longo do tempo. Com o presente trabalho podemos observar que no geral, excluindo hábitos nocivos ao paciente como tabaco, alimentos com corantes e cooperação do mesmo, o clareamento de consultório mostrou menos eficácia quando comparado aos clareamentos supervisionado e associado. A maioria dos pacientes chegaram às cores B1 ou A1. Mas em contrapartida, os pacientes relataram maior sensibilidade ao de consultório, sendo que sentiram um maior grau de sensibilidade após as sessões clínicas. Já no clareamento supervisionado, o relato de sensibilidade foi pouco ou inexistente. Pode-se concluir que o clareamento supervisionado é tão eficiente quanto o associado e mais eficaz que o de consultório, sendo que este apresenta menor desconforto ao paciente devido ao baixo grau de sensibilidade relatado.