Masculinidade Tóxica
uma questão de gênero e saúde pública
Keywords:
Masculinidade, Saúde, Autonomia PessoalAbstract
A masculinidade tóxica enquanto questão de gênero traz consigo uma série de reflexões que não têm devida abordagem social, tendo em vista que o assunto está ligado a fatores morais e culturais enraizados. Assim, numa tentativa de descobrir as implicações e consequências dessa questão, pautou-se em uma revisão de textos, livros e artigos acadêmicos de grandes autoras e autores embasados nas temáticas de gênero, saúde e identidade pessoal. Abordar a questão de gênero vai muito além do estabelecimento de definições, já que a pessoa é protagonista de sua identidade e tratar esta enquanto indivíduo delimitado é atentatório até mesmo para sua construção pessoal e reconhecimento diante da realidade. Por trás do “modelo ideal” imposto aos homens, se desencadeia possibilidades de tentar definir projetos de vida, impedindo muitas vezes a própria autonomia da pessoa de definir o que é ou não digno, o que vale a pena ou não ser vivido. Ao dizer que determinadas atitudes “não são coisa de homem” numa tentativa de reprimir sentimentos e moldar um adolescente para se encaixar em padrões socialmente impostos, acaba-se tirando dele a possibilidade de se construir enquanto pessoa, criando uma “prisão invisível”, influenciando diretamente
no seu futuro, na pessoa que vai se tornar. Desse modo, busca-se tratar de uma desconstrução desse padrão de comportamento, evidenciando suas consequências gravosas e trazendo à tona a possibilidade de uma “nova masculinidade” a que se atribui, sob a ética da autonomia, uma alternativa de autoconstrução do homem na busca por uma liberdade de expressar seus sentimentos. Por fim, tem-se como conclusão que a masculinidade tóxica é fruto de uma construção social atrelada ao modelo patriarcal e machista e deve, portanto, ser estudada e abordada de forma ampla no ambiente acadêmico e social no intuito de desencadear uma desconstrução deste padrão comportamental. Assim, se faz necessário que as questões de saúde e autonomia pessoal sejam levadas em consideração para buscar uma ruptura com a heteronormatização e garantir à própria pessoa a possibilidade de se construir de acordo com seus projetos pessoais e não por meio de imposições feitas pelo Direito ou qualquer outra instância. Possibilitando, dessa maneira, a ascensão de uma nova masculinidade e, por conseguinte, a diminuição da violência de gênero e das consequências negativas que atingem à todas as vítimas do discurso tradicional.
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