A Autopercepção Nutricional e Alimentar no Processo de Envelhecimento

Resumen

Foi realizado um grupo educativo de alimentação e nutrição em uma comunidade no município de Governador Valadares, Minas Gerais, com adultos e idosos. Os participantes foram elegidos com os critérios: ter idade mínima de 30 anos e comparecer no mínimo em três encontros do grupo. O objetivo do projeto é realizar atividades educativas em nutrição e corporeidade para o autoconhecimento nutricional e da imagem corporal com os participantes de grupos. Como metodologia realizou-se um diagnóstico sobre autopercepção da alimentação e da imagem corporal dos participantes por meio da abordagem qualitativa
para o planejamento e desenvolvimento da ação. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, fundamentadas na entrevista reflexiva, com os participantes, conduzidas pelas pesquisadoras e estudantes do curso de Nutrição, treinados previamente. Para a condução, usou-se um roteiro de questões com a finalidade de conhecer os significados da imagem corporal e das escolhas alimentares dos participantes. As entrevistas foram gravadas em áudio, após, foram transcritas na íntegra e analisadas por meio da Análise de Conteúdo Temática. Foram executadas três etapas: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados obtidos e interpretação, que envolveram leitura flutuante, formação de hipóteses, categorização e subcategorização, com o auxílio do software NVivo 11®. Foi realizado um grupo educativo fechado com oito encontros, baseados no Guia Alimentar para a População Brasileira, com 27 participantes sendo efetuadas 20 entrevistas antes da intervenção. No diagnóstico, em relação à autopercepção alimentar foram averiguadas as categorias: Dimensões cognitiva, afetiva, sensorial e de habilidade – com destaque para a presença da restrição alimentar em decorrência de alguma doença, da dicotomia da alimentação e da automatização nas escolhas alimentares. Quanto à autopercepção corporal foram constatadas as categorias: Relação afetiva com o corpo com ênfase em sentimento de tristeza, incômodo, conformação e desânimo; Corpo e fases da vida; Corpo funcional e;
Estética. A identificação das categorias foi fundamental para o planejamento e avaliação da ação educativa, bem como permitiu a validação da importância do trabalho educativo que envolva as relações com a alimentação, com o corpo e com a autoestima de adultos e idosos em processo de envelhecimento, favorecendo o empoderamento deste público para a realização de melhorias nas escolhas alimentares e no bem-estar.