Conhecimento de médicos e enfermeiros da atenção primária à saúde de um município polo de Minas Gerais sobre a atuação fisioterapêutica na incontinência urinária feminina

Abstract

Os guidelines recomendam o tratamento fisioterapêutico como a abordagem de primeira escolha para mulheres com incontinência urinária - IU, principalmente na Atenção Primária à Saúde (APS). No entanto, esse tipo de intervenção não tem sido uma realidade para a maioria das mulheres atendidas na APS, devido a falta de instrução adequada sobre o tema. O objetivo foi verificar o conhecimento dos profissionais que trabalham na APS, no município de Governador Valadares-MG, sobre a abordagem terapêutica na IU feminina. O método utilizado foi estudo transversal, realizado entre médicos e enfermeiros que atuavam nas equipes de Saúde da Família do município. Os dados foram coletados por meio da aplicação de um questionário, elaborado pelos próprios pesquisadores. Análises descritivas foram utilizadas. Participaram do estudo 76 profissionais, sendo 41 enfermeiros e 35 médicos. A média de idade dos participantes foi de 36 (₫10,05) anos, a maioria do sexo feminino (73,68%). Ao analisar as questões objetivas, 57,90% afirmaram que a intervenção de primeira escolha para a IU é o tratamento fisioterapêutico. No entanto, na análise da questão discursiva, cerca de 23% dos profissionais indicariam o tratamento fisioterapêutico para mulheres com IU e cerca de 40% encaminhariam para médicos especialistas. Os profissionais entrevistados entendem que o tratamento fisioterapêutico deve ser indicado como a primeira opção terapêutica para mulheres com IU, mas esse conhecimento não reflete a prática clínica dos participantes. Desta forma, é necessário a implantação de programas de educação continuada para esses profissionais.