ASSOCIAÇÃO DO EIXO GH/IGF-1 COM FATORES MODIFICADORES EM CRIANÇAS COM ANEMIA FALCIFORME
Palavras-chave:
Anemia Falciforme, Alfa-talassemia, Hidroxiureia. IGF-IResumo
Introdução: A anemia falciforme (AF) é uma doença definida pela homozigose do gene da hemoglobina S (HbS). Cursa com episódios de dor aguda e disfunção orgânica múltipla, que pode afetar o eixo GH/IGF-1 (hormônio do crescimento/fator de crescimento semelhante à insulina) e consequentemente a estatura de crianças com AF. Embora a AF não afete o crescimento embrionário, aos dois anos de idade pode-se notar um déficit no peso e estatura, que vai se acentuando progressivamente, com destaque maior na fase de adolescência, quando o atraso puberal faz acentuar a diferença entre o peso e altura das crianças comparadas aos controles saudáveis. A dosagem sérica dos níveis de IGF-1 e IGF binding proteins-3 (IGFBP-3) embora sofra influência de diversos fatores, como os nutricionais e os relacionados à maturação sexual, é de grande utilidade na avaliação do eixo GH/IGF-1. Fatores modificadores, como os níveis de hemoglobina fetal (HbF), a co-herança de alfa-talassemia e o tratamento com hidroxiureia (HU), são capazes de alterar a gravidade da doença, embora a relação com o eixo GH/IGF-1 não seja definida. Objetivos: Avaliar em crianças com AF a associação dos fatores modificadores com o crescimento e níveis séricos de IGF-1 e IGFBP-3. Métodos: Estudo transversal em crianças com SCA que avaliou a idade óssea (IO), a previsão de estatura adulta (PAH) com uso da IO, estatura alvo (EA) calculada em desvio padrão (DP) pela média da estatura dos pais e parâmetros laboratoriais. As crianças foram agrupadas conforme os níveis séricos de HbF, co-herança de alfa-talassemia e tratamento com HU. Resultados: A média de idade dos 39 pacientes foi 8.2±2.2 anos (variação de 3.7 a 11.9 anos). A estatura média foi -0.75±0.30 DP, e 10.3% (4/39) apresentavam baixa estatura. Os níveis ajustados de IGF-1 ou IGFBP-3 se mostraram significativamente mais elevados em crianças com AF sob tratamento com HU por mais de um ano, em crianças com níveis HbF>10% e naquelas sem alfa-talassemia. Avaliando os dados em DP, o potencial de crescimento das crianças com SCA em relação aos pais, calculado pela diferença
entre a PEA e a EA, assim com a diferença entre a estatura das crianças e a EA se mostraram menor nas crianças com co-herança de alfa-talassemia. Conclusões: O estudo mostrou associação entre fatores modificadores e o eixo GH/IGF-1 em crianças com AF. Tais dados sugerem que o tratamento com HU e maiores níveis de HbF podem atuar positivamente sobre eixo GH/IGF-1 e atenuar os prejuízos que a AF traz para a estatura de crianças com AF. Adicionalmente, quando a estatura das crianças foi ajustada para a estatura dos pais, as crianças com co-herança de alfa-talassemia se apresentaram mais baixas. Portanto, a detecção de alfa-talassemia em crianças com AF pode representar uma causa adicional para a perda estatural.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Domício Antônio da Costa Júnior, Ana Paula Pinho Santos, Célia Maria da Silva, Cibele Velloso Rodrigues

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
- Permite: Compartilhar e adaptar para qualquer propósito, exceto comercialmente.
- Requisitos: Atribuição, NonCommercial e ShareAlike (se você remixar, transformar ou criar a partir do material, deve distribuir suas contribuições sob a mesma licença que o original).