Estudo de propriedades elétricas em leite através da técnica de espectroscopia de impedância elétrica com proposta de método de análise e correlação com qualidade microbiológica do produto

Resumen

A composição do leite cru apresenta uma comunidade de micro-organismos
muito relevante tornando-o perecível e, assim, sendo necessária a promoção de
análises constantes do produto. Nesta perspectiva, para a prática da análise, faz-se
necessário a identificação de métodos de baixo custo, rápidos e que proporcionem
o estudo do material, para avaliação da proliferação de micro-organismos. Para
estas análises, atendendo aos requisitos prévios citados acima, se propõe a técnica
da Espectroscopia de Impedância Elétrica (EIS), que consiste na aplicação de um
campo elétrico em um determinado material de interesse, no qual se medem os
parâmetros elétricos do mesmo, obtidos a partir da medida da corrente elétrica
alternada, convertida matematicamente na propriedade física impedância. Assim,
o objetivo do trabalho foi avaliar as alterações nas grandezas elétricas de leite
ocorridas pela presença de diferentes concentrações de micro-organismos. O
trabalho foi desenvolvido com a contaminação de amostras de leite em diluições
seriadas decimais de Escherichia coli e Staphylococcus aureus (separadamente),
a partir da escala 0,5 de McFarland, e a avaliação das alterações elétricas nestas
amostras a partir por EIS. Nos resultados obtidos, o comportamento elétrico
em diferentes concentrações dos micro-organismos nas amostras de leite foi
semelhante, para ambas bactérias. Isso possivelmente ocorreu pela grande
quantidade de íons livres no leite, tendo como consequência uma condutância muito
alta (cerca de mil vezes maior, comparado à água). Assim, a pequena influência
que os micro-organismos, em si, representam dentro de uma banda muito grande
exercida pela matriz do leite, se tornou irrelevante. Portanto, conclui-se que a técnica de EIS não apresentou sensibilidade quando aplicada em leite para avaliação de sua
contaminação microbiana, uma vez que, os íons livres no produto fizeram com que
a ordem de grandeza ficasse em uma escala que camuflou as concentrações de
micro-organismos presentes.